Milhares de famílias continuam a pagar prestações elevadas no crédito à habitação simplesmente por nunca terem procurado opções melhores. Apesar de acharem o valor caro, aceitam sem questionar as condições impostas pelo banco, sem saber que podem fazer muito para reduzir custos e gerir o dinheiro de forma mais eficiente, e sem precisar de ser um especialista financeiro.
Este guia é útil tanto para quem nunca mexeu no crédito como para quem já tentou renegociar mas ainda pode economizar mais. Pequenas mudanças podem significar poupanças de dezenas ou até centenas de euros por mês.
Uma das estratégias mais eficazes é amortizar no prazo do empréstimo e não na prestação, podendo antecipar o fim do crédito em 5 a 10 anos. Além disso, mudar de banco pode ser uma opção vantajosa: transferir o crédito para uma instituição com spreads mais baixos e negociar uma redução na prestação faz todo o sentido.
Como reduzir a prestação da casa e pagar menos juros?
O primeiro passo, e o mais simples, é falar com o banco onde contratou o crédito. Informe que a concorrência oferece spreads mais baixos e peça uma renegociação. Muitas vezes, só essa abordagem já leva o banco a baixar as taxas para não perder o cliente. Caso o banco não aceite, não hesite em procurar outras instituições que ofereçam melhores condições — hoje em dia, os bancos estão habituados a esta dinâmica, especialmente para clientes com bom histórico de pagamento.
Se estiver a passar por dificuldades financeiras, seja transparente com o banco e peça ajuda. Pode pedir para aumentar o prazo do empréstimo (até ao máximo permitido, normalmente 35 anos), reduzindo a prestação mensal, mesmo que isso signifique pagar mais juros ao longo do tempo. Outra solução possível é pedir uma carência de capital, ou seja, durante um período (por exemplo, até 24 meses) pagar apenas juros, adiando o pagamento do capital. Esta medida já ajudou muitas famílias em momentos de crise.
E se quiser mudar de banco?
Transferir o crédito para uma instituição que ofereça condições promocionais, como spreads reduzidos ou taxas fixas temporárias abaixo do mercado, pode significar uma poupança imediata. Os custos da transferência costumam ser suportados pelo banco novo, portanto não deve pagar nada para mudar.
Outra forma de poupar é amortizar antecipadamente parte do capital com poupanças, desde que mantenha um fundo de emergência para imprevistos.
Mesmo quem tem taxa fixa pode negociar, embora as penalizações para amortizações antecipadas sejam mais complexas. Vale a pena fazer as contas para perceber se compensa assumir esses custos em troca de uma poupança futura.
Não esqueça também os seguros associados ao crédito: comparar ofertas pode reduzir significativamente o valor da prestação mensal, além de garantir melhores coberturas.
Se tiver vários créditos (pessoal, automóvel, cartão), consolidá-los num único empréstimo, possivelmente associado ao crédito habitação, pode baixar a prestação global mensal, embora aumente os juros totais pagos ao longo do tempo. A vantagem está no alívio imediato no orçamento familiar.
Dificuldades para pagar?
Outra alternativa é arrendar um quarto da casa, legalmente, para ajudar a suportar a prestação mensal. Apesar da perda de privacidade, esta solução tem sido cada vez mais adotada por famílias que procuram aliviar o orçamento.
O essencial é viver melhor e gerir o dinheiro com mais consciência. A literacia financeira é a chave para comparar ofertas e escolher as opções que mais beneficiam a sua situação.














