O uso de plataformas de compra e venda, como Vinted ou Wallapop, tem sido cada vez mais marcado por encontros ocasionais e conteúdos sensuais, segundo especialistas e utilizadores. Publicações com imagens eróticas ou provocativas para vender produtos tornaram-se recorrentes, apesar das regras dessas plataformas.
A colunista Poppy Sowerby, num artigo no UnHeard, alerta para a prática de “mineração de fetiche”, na qual utilizadores solicitam fotos sensuais sob falsas promessas de compra, sobretudo na app Depop. A equipa do Wallapop afirma que condutas explícitas ou obscenas são proibidas, exceto em contextos artísticos. Imagens que mostrem peças de roupa em uso são permitidas apenas se estiverem alinhadas com a finalidade de venda. A moderação da plataforma utiliza ferramentas internas e externas para identificar e remover conteúdos que violem estas regras, explica o ‘El País’.
Especialistas em comportamento apontam que a facilidade de encontros casuais em qualquer app contribui para este fenómeno. Inma Benedito, autora de Too Match, explica que as apps de namoro “colonizaram” o ecossistema dos encontros casuais, tornando-o presente em plataformas originalmente concebidas para outros fins, como compra e venda, redes sociais e até LinkedIn.
Utilizadores relatam ter percebido um aumento de perfis com poses provocativas.
A discussão sobre monetização da própria imagem também é recorrente. Aaron Sáez Escolano, autor de For Fans Only, destaca que muitas pessoas usam os seus corpos como publicidade, misturando erotismo e empreendedorismo, muitas vezes sem perceber a pressão social que lhes é imposta.














