A China tem sido o aliado mais poderoso da Rússia e os laços têm sido reforçados desde as vésperas da invasão da Ucrânia: no entanto, confiar demasiado nessa parceria pode significar problemas para Vladimir Putin no futuro. Segundo Sergey Radchenko, historiador da Guerra Fria da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e autor de um artigo na publicação ‘The New York Times’, “não é sensato” o presidente russo colocar todos os seus ovos numa cesta do tamanho da China.
Putin e o presidente chinês, Xi Jinping, não têm escondido a sua amizade “sem limites”, motivada em parte pelo desejo de restringir o poder americano – o líder chinês recusou-se criticar as ações da Rússia na Ucrânia e a China estabeleceu-se como parceiro comercial de referência de uma Rússia que foi isolada pelo Ocidente.
“A abordagem do Partido Comunista Chinês à geopolítica está enraizada numa antiga cultura estratégica de colocou outras nações umas contra as outras para o benefício da China”, escreveu Radchenko, citando o início dos anos 1970, quando o líder chinês Mao Zedong se aproximou dos Estados Unidos, “seu inimigo declarado”, conforme o seu país estava perto de um conflito com a União Soviética.
“A China continua a ser o mesmo Estado secreto e egoísta do Partido Comunista que era na época de Mao, com uma visão da política global na qual os alinhamentos são vistos como temporários”, referiu o autor, sublinhando que a Rússia tornou-se cada vez mais dependente da China – Putin “cometeu um erro potencialmente grave, queimando pontes com o Ocidente para apostar tudo na China, em desrespeito imprudente pelo histórico de Pequim de instrumentalizar as suas amizades”.














