Após a RTP ter divulgado um cartoon em que era feita alusão à polícia e ao racismo, a PSP anunciou esta segunda-feira que vai apresentar queixa-crime contra o canal público.
Em comunicado a Direção Nacional da PSP explica que no vídeo transmitido pela RTP “é retratada a figura de um polícia uniformizado a efetuar disparos com um arma de fogo, cuja cadência de tiro vai aumentando ao mesmo tempo que apresenta alterações na sua expressão facial correspondentes a uma crescente agressividade e animosidade”.
Nas imagens, continua a PSP, no final, “é apresentado o resultado dos disparos, sendo que no alvo de cor mais clara (que representa uma silhueta correspondente a uma pessoa de aparência caucasiana), o polícia não acerta nenhum tiro e, pelo contrário, no alvo de cor mais escura (que representa uma silhueta correspondente com uma pessoa de aparência africana), para além de acertar todos os tiros, fá-lo em zonas corporais letais”.
“Consideramos que o vídeo formula e representa juízos ofensivos da honra e consideração de todos os profissionais da PSP que diariamente dão o seu melhor para garantir a legalidade democrática, bem como, sem qualquer fundamento, propala factos inverídicos, capazes de ofender a credibilidade, o prestígio e a confiança devida à PSP”, lamenta a Direção Nacional, que considera que o vídeo transmitido não constitui o direito à liberdade de expressão como direito absoluto, “devendo ser exercido com respeito pelos outros direitos, igualmente com proteção constitucional”.
Esta autoridade afirma que o vídeo apresenta os polícias “como xenófobos e racistas”, e que por isso não contribui “para a desejável paz social, podendo, pelo contrário, contribuir para uma perceção de ilegitimidade do uso da força pública, com potencial para afetar a desejável paz e harmonia social”.
A PSP explica ainda que “hoje foi elaborado auto de notícia, já remetido ao Ministério Público”, e que irá apresentar queixa também à “Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e à Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ)”.














