Próxima semana à lupa: Dos mercados à economia – e outras coisas que precisa de saber

Do calendário económico ao que vai mexer com os mercados na próxima semana. Saiba o que vai estar na agenda nacional e internacional

Executive Digest
Julho 25, 2025
15:50

A semana que agora termina nos mercados

·       Na terça‑feira, 29 de julho, os Estados Unidos e o Japão anunciaram um acordo comercial histórico que reduz as tarifas sobre automóveis e partes automóveis japonesas de aproximadamente 27,5% para 15%. Da mesma forma, outras tarifas previstas para começar a 1 de agosto foram adiadas e fixadas também em 15%. O acordo inclui um pacote de US$ 550 mil milhões em investimento japonês nos EUA, destinado a reforçar cadeias de valor essenciais como semicondutores, fármacos, energia, defesa e agricultura. O impacto nos mercados foi imediato: os índices americanos subiram, o índice Nikkei japonês disparou quase 4%, com Toyota e Honda a valorizarem mais de 14% e 11%, respetivamente. O SP500 atingiu novo máximo histórico, prolongando-se a quarta sessão consecutiva de máximos históricos; o Nasdaq também renovou máximos, assinando a 12.ª subida recorde apenas em julho—o melhor registo desde agosto de 2020.Este impulso foi amplamente liderado por ganhos robustos de empresas tecnológicas e apostas no crescimento da IA, destacando-se o desempenho da Alphabet (Google), acompanhado de forte retração da Tesla após alerta sobre os resultados futuros.

·       O BCE manteve a taxa de juro inalterada na quinta-feira. Na conferência de imprensa pós‑decisão, a presidente Christine Lagarde realçou que a inflação da zona euro voltou ao objetivo de 2% em junho, destacando a persistente incerteza geopolítica e comercial, e um euro mais forte, como motivos prudenciais para adiar novos cortes adicionais nos juros.

Destaques da semana que vem

·       Reunião do Banco do Canadá (BoC) – 30 de julho

Na última reunião o Banco manteve a taxa de juro nos 2,75%, marcando a segunda decisão de manutenção após cortes acumulados de 225 pontos base desde meados de 2024. O comunicado delineou cautela face à incerteza nas tarifas dos EUA, realçando riscos de crescimento e pressões inflacionistas geradas por instabilidade comercial. Na decisão da próxima 4ª feira o mercado espera um corte de 25 p.b. e dois cortes totais no ano de 2025, apontando para diminuição da taxa para cerca de 2,25% ou até 2,00%, dependendo da evolução económica e dos efeitos das tarifas.

·       Reunião da FOMC – 30 de julho

Na próxima reunião espera-se a manutenção da taxa, embora existam crescentes pressões para cortes já em setembro. Recentemente, o Governador Christopher Waller defendeu publicamente um corte de 25 p.b., citando enfraquecimento no mercado de trabalho apesar da estabilidade superficial, e inflação próxima de 2%. Existe uma dissidência interna rara: Waller e Michelle Bowman poderão votar a favor de cortes — algo que não acontecia desde 1993. A Fed também enfrenta pressão pública do ex‑Presidente Trump, o que desafia a sua independência institucional e a liderança de Powell.

·       Reunião do Banco do Japão – 30 de julho

Na última reunião de junho, o Banco do Japão manteve a taxa de juro nos 0,50%, o nível mais alto desde 2008, como esperado pelos mercados. A decisão reflete prudência face a incertezas geopolíticas e comerciais, especialmente relativas às tarifas dos EUA. Na reunião da semana que vem, a taxa deverá ser mantida no nível atual, com o ex‑membro do BoJ, Makoto Sakurai, a prever que o BoJ adie novos aumentos até 2026, dadas as incertezas e resiliência económica incerta.

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