Professores, médicos, forças de segurança: o Governo enfrenta contestação em vários setores profissionais, com maior expressão nestes três ramos: os professores pretendem a recuperação do tempo de serviço, as forças de segurança exigem igualdade e os médicos querem melhores salários e menos horas extras. Mas, afinal, qual é o salário base e os ganhos médicos destas profissões que mais pressionam o Executivo?
De acordo com a ‘CNN Portugal’, os dados recolhidos provêm do próprio Estado, através da Direção-Geral da Administração e Emprego Público, em particular a sua síntese estatística do emprego público, incluindo o relatório do 1º trimestre de 2024. Os valores disponibilizados são brutos, antes de impostos. Por último, o salário médio diz respeito apenas à remuneração base: já o ganho médio é a remuneração ao qual acrescem itens como prémios, subsídios ou suplementos regulares, bem como pagamento de horas suplementares ou extraordinárias.
Professores
Em março último, havia cerca de 142 mil educadores de infância e docentes do ensino básico e superior em Portugal, menos 10 mil dos registados no final de 2011, ano da entrada da troika, mas mais 14 mil do que em 2014.
São os professores do ensino básico e secundário que têm estado na linha da frente da contestação ao longo dos últimos anos, por causa do congelamento do tempo de carreira. O governo já chegou a acordos com diversos sindicatos, mas a luta continua nas ruas.
De acordo com os valores atuais, o salário base médio de um docente foi em média 2.354 euros, sendo o ganho médio de 2.490 euros – mais 102 euros do que em janeiro de 2023, uma subida de 4,3%, a par da inflação. Por último, para efeitos de comparação, os docentes universitários têm um ganho médio mensal 64% superior – já os do ensino politécnico são 40% maior.
Forças de segurança
Em Portugal, há cerca de três mil funcionários públicos da Polícia Judiciária, 23 mil da Guarda Nacional Republicana e 21 mil da Polícia de Segurança Pública. A decisão do Governo de António Costa em atribuir um subsídio de missão apenas aos inspetores da PJ fez ‘desequilibrar’ a balança – na prática, os funcionários da PJ tiveram um grande aumento este ano, com naturais reflexos nos seus ganhos médios.
Assim, um inspetor da PJ ganha em média mais quase 70% do que um militar da GNR: entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, tiveram um aumento de 762 euros brutos (mais 28,5%). Já um GNR teve em média um aumento do ganho de 154 euros brutos (mais 8,2%), ao passo que um agente da PSP ficou a ganhar, no espaço de um ano, mais 189 euros (mais 9,1%).
Médicos
A fechar, a terceira frente negocial mais intensa que negoceia com o Governo de Luís Montenegro: ao todo, são quase 34 mil médicos no SNS, 50 mil enfermeiros e 10 mil técnicos de diagnóstico.
De acordo com dados oficiais da Direção-Geral da Administração e Emprego Público, de janeiro de 2024, um médico do SNS tinha um salário médio de 3.010 euros brutos e um ganho médio de 4.176 euros – o aumento no espaço de um ano foi de 3,8%, ou seja, abaixo da inflação.
Um enfermeiro ganha cerca de metade: em janeiro deste ano, levava para casa mensalmente um salário médio de 1.664 euros e com um ganho médio mensal de 2.046 euros.














