“Precisamos de um processo mais rápido”: Governo quer acelerar expulsão de imigrantes ilegais

António Leitão Amaro, ministro da Presidência, indicou que quer um regime de retorno “com mais celeridade processual, com menos fases dilatórias, com menos fases administrativas”

Revista de Imprensa
Setembro 18, 2025
9:21

O Governo pretende acelerar o processo de expulsão do país de imigrantes ilegais, revelou esta quinta-feira António Leitão Amaro, em entrevista à rádio ‘Renascença’ e ao jornal ‘Público’.

“O país ainda vai, nas próximas semanas, provavelmente voltar à discussão sobre aquele grupo de cidadãos marroquinos que cá chegou e o que lhes aconteceu. E vai descobrir que a lei de retorno que existe tem um conjunto de procedimentos excessivamente demorados. Por exemplo: há duas fases administrativas diferentes e, em ambas, um período de abandono voluntário. Os recursos têm sempre efeito suspensivo. Os prazos são demasiado longos. E tudo isto precisa de ser ajustado”, referiu o ministro, salientando que “em outubro” o Governo vai aprovar a proposta de lei, “o novo regime de afastamento de pessoas em situação ilegal, chamado regime de retorno — com mais celeridade processual, com menos fases dilatórias, com menos fases administrativas”.

“Precisamos de um processo mais rápido, porque quem cumpre deve ser apoiado no seu processo de integração; quem não cumpre deve ter consequências e ser afastado. Este regime já podia estar em vigor, não fosse o PS e o Chega terem chumbado no Parlamento, no ano passado, a autorização legislativa para o aprovar por decreto-lei”, acusou Leitão Amaro.

O ministro da Presidência indicou que, até ao momento, foram emitidas entre 10 e 15 mil notificações de abandono, sendo que já foram indeferidos 40 mil pedidos de residência.

A manifestação de imigrantes esta quarta-feira, diante da Assembleia da República, significa, salientou Leitão Amaro, que “nem todos estão satisfeitos” com a atual política do Governo. “A perceção que tenho sobre parte dos protestos ou das queixas é a de que se trata de pessoas que não querem que apliquemos as regras e não querem que Portugal seja um país com regras mais apertadas. Discordamos”, frisou. “Se as pessoas estão a protestar contra o fim das portas escancaradas, paciência: discordamos. Não vamos voltar atrás nisso.”

A discussão do Orçamento do Estado para 2026 vai ser a próxima ‘grande batalha política’ do Governo, que vai exigir entendimento com PS ou Chega… ou os dois partidos. O Executivo garantiu que “é uma questão de exigência nacional termos um orçamento aprovado. Não escolhemos parceiros preferenciais. Aliás, fazemos o esforço de retirar do Orçamento do Estado aquilo a que chamamos opções de política — as leis laborais, etc”.

“Procurámos enxugar, encurtar o orçamento para ser essencialmente uma reprodução de escolhas já feitas, para que nenhum partido pudesse argumentar que se afastava por causa de escolhas de política. Não é preciso ninguém fazer-se à falta. Cada partido tem de ser responsável. E nós fazemos a nossa parte, elaborando um orçamento que não contém as opções de políticas públicas que dividem. É um passo muito construtivo para que os partidos se sintam confortáveis”, indicou o ministro da Presidência.

“Quem viabilizar o orçamento não está a aderir nem fica responsável pela política orçamental do Governo. Está simplesmente a dar ao país condições de estabilidade. Está a permitir que os portugueses não tenham de se chatear com eleições outra vez. Ninguém tem pachorra”, concluiu, lamentando a “atuação errónea” de André Ventura, um líder político que quer “ser tudo e nada ao mesmo tempo”.

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