O diretor executivo da Rangel Logistics Solutions defendeu hoje que o Governo português devia incentivar a internacionalização das empresas que querem começar uma operação no estrangeiro, e não apenas disponibilizar apoios para as exportações.
“O desafio que deixo ao Governo português é que olhe mais para a internacionalização das empresas portuguesas, porque os apoios que existem são apenas para exportar bens, mas o que devia haver era maneiras de apoiar as empresas que se queiram internacionalizar para África, ou seja, ir para lá e abrir lá a empresa ou a fábrica”, disse Nuno Rangel.
Falando no painel sobre ‘Comércio e Investimento: Acelerar o Crescimento nos Negócios em África’, no Fórum EurAfrican, que decorre hoje e sábado em Cascais, o líder da empresa afirmou: “Ir para lá e abrir uma empresa ou uma fábrica implica uma visão de longo prazo para África, e o Governo devia pensar como pode ajudar a desbloquear esta iniciativa das empresas, porque até hoje o que há é só apoios à exportações, mas o que é preciso é ir para lá e abrir empresas e fábricas”.
Na resposta, o presidente do banco Standard Angola, Luís Telles, concordou e acrescentou que “qualquer Governo quer atrair investimento local, porque isso implica transferência de conhecimento, e impacta mais a criação de emprego e o Produto Interno Bruto do que só o comércio”.
No painel que serviu para abordar os principais desafios e oportunidades de investimento em África, Nuno Rangel salientou o projeto do Corredor do Lobito como “um investimento que desbloqueia uma região inteira”, mas apontou que não são só os grandes projetos que precisam de apoio.
“As instituições financeiras de desenvolvimento procuram grandes investimentos e projetos, mas precisamos também de pequenos investimentos em armazéns, em pessoas, em frotas, é muito difícil investir e crescer depressa se o financiamento for muito caro, o que depois implica que a logística será também muito cara”, afirmou.
O Fórum EurAfrican, promovido pelo Conselho da Diáspora Portuguesa, decorre hoje e sábado, em Carcavelos, Cascais (Lisboa), reunindo líderes políticos, empresários, investigadores e outras personalidades dos mais diversos setores sobre oportunidades entre Europa e África.
A oitava edição do encontro arranca com as intervenções do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e do antigo primeiro-ministro Durão Barroso, terminando no sábado com uma conversa entre os Presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e de Angola, João Lourenço, e promove nove debates temáticos sobre Comércio e Investimento, Segurança Energética, Mercados Globais, Tecnologia, Resiliência das Infraestruturas, Instituições Financeiras, Ecossistemas de Startups, Geopolítica e Políticas para o Progresso.













