As escalas de Urgência e planeamento de camas são prioridade para prestação de cuidados destacadas no Plano de Inverno do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que já foi enviado às unidades e integra cinco objetivos estratégicos. De acordo com o ‘Diário de Notícias’, as unidades do SNS devem agora preparar os seus próprios Planos de Contingência, que serão enviados à Direção-Executiva até 30 de agosto para que o Plano de Inverno possa ser ativado a 1 de outubro e durar até 30 de abril.
Segundo o jornal diário, os cinco objetivos estratégicos são: “Assegurar os cuidados de saúde à população, nos diferentes níveis de prestação de cuidados nas unidades do SNS e em articulação com o setor social e o setor privado”, assim como “reduzir a mortalidade e morbilidade, reforçando a atenção aos grupos mais vulneráveis”. Pretende-se ainda “promover a eficiência dos cuidados prestados à população, planeando a articulação entre as diversas unidades de saúde e aumentar a literacia da população para a utilização responsável dos recursos de saúde existentes”, para atenuar a pressão nas Urgências hospitalares.
Para tal, é necessário que haja no terreno uma rede bem oleada com “sistemas de vigilância e monitorização; com medidas que protejam as pessoas em situação de vulnerabilidade; com mais acessibilidade e organização da prestação de cuidados de saúde e com mais Educação em saúde, com o envolvimento da comunidade e comunicação”.
Cada unidade de saúde deve planear atempadamente a sua organização interna, em articulação com diferentes unidades – o Plano de Inverno realça que quer os lares quer “as unidades de cuidados continuados integrados devem apresentar também um Plano de Contingência às equipas coordenadoras regionais (ECR) e equipas coordenadoras locais (ECL), bem como divulgar às instituições externas, garantindo assim a comunicação aos profissionais, utentes e visitas sobre as medidas implementadas”.
É também necessário o reforço da “vigilância e monitorização da saúde das populações” quer “o acesso aos cuidados”, quer o acesso aos indicadores meteorológicos e ambientais, para que toda a informação e comunicação de risco possa ser difundida e avaliada.
O Plano de Inverno indica ainda como prioritária “a proteção das pessoas em situação de vulnerabilidade, como idosos, crianças, grávidas, pessoas com doenças crónicas e pessoas que exercem atividades ao ar livre”.
A vacinação tem de ser articulada entre as unidades de saúde e os agentes locais e de proximidade com a população, nomeadamente bombeiros, forças de segurança, autarquias, e demais associações, que melhor conhecem as particularidades locais. “Incluem-se nestes grupos, as pessoas em situação de sem-abrigo, as pessoas não-inscritas no SNS, os residentes em estruturas não-licenciadas ou outras estruturas de alojamento coletivo localizadas na sua área de influência, considerando a eventualidade de desenvolver uma estratégia de cálculo por estimativa, para garantir os recursos necessários para o plano de vacinação.”
No que diz respeito às unidades do SNS, o Plano de Inverno salienta que a coordenação da resposta assistencial em rede tem como objetivo “a melhoria do acesso aos cuidados de saúde”, e tal pressupõe a “participação conjunta dos utentes e dos profissionais de saúde”: as unidades têm de ter “elaboradas escalas de Urgência que assegurem o funcionamento dos serviços, face ao previsível aumento da procura de cuidados”.
Para tal, foi proposta às unidades que assumam “a implementação de estratégias suplementares, como o alargamento do horário de atendimento, principalmente nos cuidados de saúde primários, e a adequação dos recursos disponíveis nos diferentes pontos de atendimento”. É ainda recomendada “a articulação com os municípios, associações de doentes, forças de segurança, e outras entidades existentes na comunidade”.
As unidades devem ter como prioridade o planeamento prévio da “ocupação hospitalar, de modo a antecipar a eventual reprogramação da atividade assistencial, como promover a gestão integrada de camas hospitalares, sem comprometer a resposta à redução das listas de espera”.














