“Os principais desafios dos líderes são de escala, produtividade e notoriedade”, diz o Secretário-Geral da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa

A Executive Digest falou com João Pedro Guimarães, Secretário-Geral da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), por forma a conhecer o projeto da Academia CEO Future Ready for GB, e perceber quais os desafios e as oportunidades que os líderes empresariais enfrentam.

André Manuel Mendes
Julho 31, 2023
9:45

Num contexto empresarial cada vez mais desafiante, os líderes veem-se cada vez mais confrontados com testes às suas habilidades de liderança, o que exige visão, resiliência e empatia para guiar suas empresas rumo ao crescimento.

A Executive Digest falou com João Pedro Guimarães, Secretário-Geral da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), por forma a conhecer o projeto da Academia CEO Future Ready for GB, e perceber quais os desafios e as oportunidades que os líderes empresariais enfrentam.

 

Em que consiste o projeto da Academia CEO Future Ready for GB?

A Academia CEO Future Ready for GB – Global Business é um programa que tem como objetivo acelerar os processos de internacionalização sustentável das empresas portuguesas. Nasce da parceria entre a Católica International Business Platform (Plataforma) e a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), após ambas as entidades terem identificado uma lacuna na oferta de formação executiva em Portugal, e reconhecido as inúmeras mais-valias associadas ao lançamento de um programa em parceria.

O programa vai ser lecionado na Católica-Lisbon. A Universidade integra o ranking do Financial Times desde 2008 e está atualmente em #24 a nível mundial na formação de executivos. Quanto ao arranque do projeto, prevê-se que ocorra já em setembro com o programa “Da exportação à internacionalização” sendo um programa “C-Level”, ou seja, destinado a dirigentes de empresas portuguesas com elevado potencial de crescimento internacional.

 

O que vão aprender os futuros líderes neste programa?

Com a Academia CEO Future Ready for GB, os gestores e empresários que a vierem a frequentar irão aprender, em primeira instância, a superar os complexos desafios que enfrentam nos seus processos de internacionalização. Mas não só. Os objetivos passam ainda pelo reforço da literacia geopolítica, económica e cultural dos participantes; pela consolidação dos processos fundamentais da internacionalização sustentável à luz do conhecimento atual e pelo desenvolvimento de core skills para a liderança.

 

Qual o papel de cada um dos intervenientes neste projeto?

Esta parceria entre a Universidade Católica Portuguesa e a CCIP aporta mais-valias únicas – a reconhecida experiência da Católica-Lisbon na formação de executivos, a experiência da CCIP enquanto especialista em internacionalização e o caráter inovador da Católica International Business Platform na translação de conhecimento.

 

Qual a importância da formação num contexto empresarial em vertiginosa mudança?

A formação é fundamental precisamente para enquadrar os líderes e demais responsáveis pelas empresas nos aspetos fundamentais da atualidade, mas, mais, para os capacitar de forma que sejam capazes de ler a realidade e de a ela se ajustarem à medida que vai mudando. A formação em contexto empresarial é fundamental para garantir que os líderes das empresas estão preparados para os desafios presentes e futuros, possibilitando o crescimento sustentável da empresa e sua capacidade de se adaptar às exigências do mercado.

Num contexto de rápidas mudanças tecnológicas, económicas e sociais, a atualização de conhecimentos passa por rever os fundamentais da internacionalização sustentável, à luz do atual contexto macroeconómico. A formação contínua é fundamental para contribuir para que os líderes das empresas estejam atualizados e informados sobre as últimas tendências, práticas e tecnologias relevantes para o seu setor, bem como preparados para enfrentar novos desafios.

Com a Academia CEO Future Ready for GB pretendemos ajudar os nossos empresários a superarem os complexos desafios que enfrentam nos seus processos de internacionalização; procuramos, através desta parceria, fomentar uma cultura de aprendizagem contínua, fundamental para enfrentar os desafios da era da informação e proporcionar uma melhoria contínua nos processos e resultados.

 

O que devem fazer os líderes empresariais para adaptar os seus modelos de negócio e a sua organização para fazer face às transformações do mercado?

Para ser franco, sugeria – como primeiro passo – que se candidatassem à frequência deste programa. No meio desta volatilidade económica, social e geopolítica, os empresários precisam de refletir, debater e ter ferramentas para saberem escolher que caminhos trilhar e crescerem de forma sustentada.

Em primeiro lugar, é preciso repensar não só os modelos de negócio, como as próprias organizações. Sem uma readaptação e uma transformação – que deverá ser promovida de cima para baixo – dificilmente estarão as empresas preparadas para ultrapassar os obstáculos que se avizinham, sejam eles quais forem.

E o que vamos fazer com este programa é precisamente ajudar as empresas a lançarem-se no rumo do crescimento, da produtividade e da retenção de talento no nosso país.

 

Quais as principais características que deve ter um líder de uma empresa?

São muitas as características e são também muitas as teorias e opiniões quanto a isso. Podemos referir várias, tais como ter uma visão estratégica alinhada com os objetivos da empresa, o estabelecimento de uma comunicação clara e eficaz (para fora e para dentro) e o saber observar e trabalhar em equipa.

Mas para mim em particular, diria que passam essencialmente pela definição de um caminho único que passe por criar uma visão estratégica integrada na 1ª linha de gestão das empresas e pela escolha das pessoas certas para trilhar esse mesmo caminho.

 

Quais os principais desafios com que os líderes se vão deparar no futuro?

Em Portugal e no que se refere ao grosso dos nossos empresários (PME) diria que os principais desafios são de escala, produtividade e notoriedade. Sendo que, para os ultrapassarem, precisarão de recursos competentes (talento) e de capital (próprio ou de terceiros). O futuro é hoje e temos de acelerar para a boa internacionalização.

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