O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, indicou, este domingo, que as negociações em marcha sobre as garantias de segurança para a Ucrânia vão resultar, numa última análise, uma divisão do país entre três zonas: uma controlada pela Rússia, uma zona desmilitarizada e uma área do Ocidente.
Segundo o responsável húngaro, as atuais discussões europeias “já reconhecem efetivamente” a existência de “uma zona russa”, sendo que agora se concentram no seu tamanho e estrutura. No entanto, a zona desmilitarizada permanece em aberto.
“O destino da Ucrânia parece estar selado. Hoje, a Europa pondera ‘elegantemente’ garantias de segurança, mas essas garantias, na verdade, significam a divisão da Ucrânia”, afirmou Orbán. “O resultado será uma zona russa, uma zona desmilitarizada e uma zona ocidental. A zona russa já existe. O debate de hoje é apenas sobre quantas regiões ela deve incluir.”
O líder húngaro voltou a rejeitar novamente a potencial adesão da Ucrânia à União Europeia e à NATO, alegando que isso provocaria uma guerra com a Rússia e destruiria a economia europeia. Em vez disso, defendeu um acordo estratégico com Moscovo que implicaria o abandono, pela Ucrânia, das suas aspirações de ingressar nas instituições euro-atlânticas.
Recorde-se que o presidente Volodymyr Zelensky já respondeu a relatos de potenciais concessões territoriais à Rússia, afirmando que a questão das fronteiras da Ucrânia está consagrada na Constituição do país. “Ninguém vai recuar nisso, e ninguém pode”, disse, acrescentando que os ucranianos não doarão as suas terras aos ocupantes nem recompensarão a Rússia pela sua guerra.
No entanto, no passado dia 3, Zelensky sugeriu um possível fim para a guerra na Ucrânia no estilo coreano, referindo-se ao sucesso económico da Coreia do Sul, apesar de nunca ter assinado um tratado de paz com a Coreia do Norte.













