Portugal, IA e o Futuro Móvel: A minha visão sobre a nova era digital

Por André Marques da Silva, CEO da GMS Store

Portugal atravessa um momento decisivo na sua transição digital. A confluência entre redes móveis avançadas, inteligência artificial e dispositivos inteligentes está a alterar profundamente a dinâmica do consumo, os modelos de negócio e o comportamento dos utilizadores. Este novo ciclo tecnológico exige não só capacidade de adaptação, mas também visão estratégica e compromisso com a inovação.

A crescente integração de soluções de inteligência artificial nos equipamentos móveis transformou a forma como as pessoas interagem com a tecnologia. Hoje, os dispositivos conseguem compreender o contexto, antecipar necessidades e executar tarefas que até há pouco tempo dependiam da intervenção humana. Esta evolução acelerou a automatização do quotidiano e abriu portas a uma nova geração de serviços personalizados, eficientes e seguros.

O mercado nacional demonstra uma clara maturidade neste domínio. A taxa de conectividade móvel ultrapassa largamente os 100%, o que revela uma utilização intensiva de tecnologias digitais e uma predisposição para adotar inovações. O acesso a redes móveis de última geração e a rápida adesão a novos sistemas operativos confirmam o grau de sofisticação do consumidor português e a sua familiaridade com soluções tecnológicas de ponta.

No entanto, esta transformação não ocorre de forma homogénea. As funcionalidades mais avançadas continuam associadas a dispositivos com maior capacidade de processamento, o que acentua a importância de se garantir acessibilidade tecnológica e uma transição equilibrada para a nova era digital. Esta é uma das prioridades estratégicas do retalho nacional: proporcionar ao mercado soluções que acompanhem a evolução tecnológica sem excluir quem pretende fazer parte dela.

Enquanto empresário com o foco na tecnologia de consumo, tenho observado uma procura crescente por ferramentas que simplificam tarefas, aumentam a produtividade e reforçam a privacidade. Os consumidores valorizam, cada vez mais, a capacidade dos equipamentos se adaptarem às suas rotinas pessoais e profissionais — e não o contrário.

Do lado das infraestruturas, a inteligência artificial também está a redefinir o funcionamento das redes móveis. Operadores utilizam algoritmos inteligentes para otimizar o desempenho, prever falhas e gerir de forma dinâmica os recursos disponíveis. Isto tem melhorado significativamente a fiabilidade dos serviços e permitido novas experiências digitais em mobilidade.

Neste novo paradigma, o papel das empresas passa por facilitar a adoção tecnológica e promover literacia digital. Um empresário com visão encara este desafio como uma oportunidade para apoiar indivíduos e organizações na integração eficaz destas soluções no seu dia a dia, seja através de programas de valorização de equipamentos, financiamento ou aconselhamento técnico especializado.

A crescente valorização da inovação, aliada a uma cultura digital consolidada, torna Portugal um mercado singularmente preparado para liderar na era da inteligência artificial aplicada à mobilidade. O comportamento dos consumidores revela abertura à mudança, espírito crítico e exigência de qualidade — fatores que reforçam a competitividade do ecossistema nacional.

Não estamos perante uma tendência passageira. Trata-se de uma transformação estrutural, que impacta toda a cadeia de valor — da produção à distribuição, da experiência do utilizador à sustentabilidade operacional. A nossa missão, enquanto players deste ecossistema, é assegurar que esta transição se faz com responsabilidade, inclusão e visão de longo prazo.

Em suma, o futuro da mobilidade inteligente em Portugal não depende apenas da tecnologia. Depende sobretudo da capacidade de criar valor real para as pessoas, e de construir pontes entre a inovação e as necessidades concretas da sociedade. É neste caminho que continuaremos a investir.