Portugal: A porta de entrada da Europa para Investidores Globais

Por Nuno da Rocha Correia, Managing Director & Head of Business Development Department do Bison Bank

Com um inegável encanto turístico, o nosso país começa a revelar-se também como um destino de investimento estratégico e de refúgio. Mas, afinal, o que está a impulsionar esta transformação e o que distingue Portugal dos seus concorrentes?

Portugal está a evoluir e, de um simples ponto de entrada para a Europa, o país está a tornar-se num importante centro financeiro/bancário de negócios. A combinação da sua localização estratégica com a forte resiliência económica, resulta numa estabilidade social e alta qualidade de vida, atraindo assim investidores do mundo inteiro. Ao analisarmos os números mais recentes do investimento direto estrangeiro (IDE), torna-se evidente o papel fundamental que o país assume no contexto internacional de investimentos. Em 2024, as transações de IDE totalizaram 13,2 mil milhões de euros, um aumento de 19% em comparação com 2023, com os investimentos em capital próprio e imobiliário a impulsionar este aumento. Os países europeus são os principais investidores, com Espanha, Luxemburgo e Países Baixos na liderança. No entanto, e em virtude das históricas ligações globais de Portugal, antecipa-se um aumento significativo do investimento proveniente da América do Norte e da Ásia. Setores como as energias renováveis e a tecnologia também estão a atrair investimentos estratégicos.

Este fluxo contínuo de capital estrangeiro solidifica a posição de Portugal como um destino atrativo para investidores mundiais, refletindo-se no stock de IDE que, no final de 2024, ascendeu a 200,3 mil milhões de euros, representando 71% do PIB nacional.

Portugal oferece um acesso inigualável a diversos canais de investimento. Esta posição estratégica, combinada com infraestruturas modernas e uma proficiência digital em crescimento, torna o país um centro ideal para empresas que procuram expandir-se. Perante uma situação global de incerteza económica, muitos investidores vêm Portugal como um ponto de resiliência e, embora os desafios persistam, a economia do país demonstrou capacidade para se adaptar e prosperar. Esta resiliência, impulsionada por um setor de serviços dinâmico e um foco crescente na inovação, oferece uma base sólida para o investimento a longo prazo.

De notar, também, a qualidade de vida de Portugal, que não é apenas um bónus; é uma vantagem competitiva. O mundo empresarial enfrenta uma situação de escassez de talento, portanto a capacidade de atrair e reter profissionais qualificados é fundamental. O clima ameno, a cultura e um custo de vida, relativamente baixo, tornam Portugal um destino irresistível para investidores e para os seus colaboradores.

Os bancos que operam no território nacional têm de estar empenhados em integrar todas as peças que sustentam o investimento no país e posicionados para ajudar os investidores a navegar no panorama português e a desbloquear oportunidades de crescimento sustentável. O sucesso de Portugal depende, em parte, do setor bancário, que deve participar ativamente neste movimento de antecipação.