Parcerias estratégicas: Que desafios e como ultrapassá-los?
Por Luís Abreu, Diretor Nacional da Parcerias & Negócios
Mais do que facilitadoras de estratégias corporativas, as parcerias são agentes de crescimento e expansão. Uma solução indubitavelmente pragmática, que abre o caminho para concretizar as aspirações de todos os envolvidos; mas que também carrega consigo vários desafios e complexidades.
Destaco, por exemplo, o desajuste entre objetivos, valores ou culturas empresariais entre os parceiros, que pode conduzir a conflitos ou até à rutura da própria cooperação. Ora, para que uma aliança estratégica seja bem-sucedida, ambas as partes devem possuir uma compreensão clara do que pretendem alcançar enquanto equipa. Isto exige a definição de objetivos específicos e mensuráveis, que permitam evitar mal-entendidos. O importante é que ambos os elementos vejam a cooperação como um acordo mutuamente benéfico, onde o sucesso de um é parte integrante do sucesso do outro.
Neste cenário, há que manter presente uma ideia-chave: a confiança enquanto pedra angular de qualquer parceria de sucesso. De facto, construir e manter confiança requer uma comunicação aberta, honesta e consistente. Para tal, é crucial que haja reuniões e atualizações regulares, onde se partilhem informações, discutam desafios e expressem preocupações. Isto facilita substancialmente a resolução de problemas, que, evidentemente, acabam por ser inevitáveis.
De facto, independentemente de haver um planeamento cuidadoso, os conflitos acabam por acontecer em qualquer parceria. Neste sentido, é fundamental antecipar os riscos potenciais e desenvolver planos de emergência para atenuar o seu impacto, de modo a manter-se uma relação saudável e produtiva.
Outra questão a mencionar é a dependência excessiva do parceiro, nomeadamente se o mesmo enfrentar dificuldades financeiras, mudar a sua direção estratégica ou se tornar um concorrente.
Efetivamente, uma parceria sustentável a longo prazo exige um equilíbrio entre colaboração e independência. Neste contexto, as minhas recomendações são: a diversificação de parcerias e fornecedores; uma definição clara de responsabilidades; o desenvolvimento de capacidades internas; a revisão periódica da própria parceria; e, em última análise, a delimitação de uma estratégia de saída bem definida.
De modo geral, as parcerias estratégicas são eficazes porque o trabalho em conjunto conduz sempre a resultados mais rápidos e de maior qualidade do que o trabalho isolado. A chave para superar os obstáculos reside, assim, num planeamento cuidadoso, numa comunicação transparente e em mecanismos eficazes de resolução de conflitos.