O impacto da digitalização no sucesso das PME’s

Por Jon Fath, cofundador e CEO da Rauva

Portugal é um país com um grande espírito empreendedor, onde não só os portugueses lançam os seus próprios negócios, mas também atraem talento internacional que vê neste canto à beira-mar como a sua casa e a sede do seu negócio. Juntos, já constituem mais de 1,6 milhões de PME’s e freelancers, que representam 99,9% do tecido económico e 70% da riqueza. Adicionalmente, estima-se que as PME’s contribuam com 73 mil milhões de euros para a economia até 2025. Então, se há tanto potencial económico nestes negócios, porque é que a digitalização do setor financeiro não lhes fornece soluções específicas para apoiar o seu desenvolvimento e simplificar o seu trabalho administrativo?

Atualmente, são vários os desafios que os empreendedores enfrentam do ponto de vista burocrático e financeiro. Por um lado, o processo de criação de uma conta empresarial é extremamente moroso, complexo e offline. As pessoas têm que se deslocar ao balcão, preencher vários formulários e esperar alguns dias para ter acesso à conta. Trata-se também de um processo pouco transparente, uma vez que a maioria das pessoas não tem pleno conhecimento das comissões cobradas por determinadas transferências. Por outro lado, a gestão financeira de uma empresa requer o domínio de várias ferramentas e processos relacionados com o banco, com a faturação – uma vez que, em Portugal, se exige que as faturas sejam certificadas pela Autoridade Tributária – ou com a gestão financeira. É importante que o empreendedor esteja focado no seu negócio e não nestas questões burocráticas, já que muitos não dominam a linguagem financeira.

Por isso, é essencial a digitalização e a integração destes processos de forma a otimizar a gestão de negócios para empresas que não tenham este apoio administrativo e financeiro. Abrir conta de forma totalmente digital já era possível para consumidores, e agora tornámo-lo possível também para empresas. Agregar a gestão da conta empresarial com os pagamentos, faturação e acompanhamento das faturas é também algo novo a que nos propusemos para trazer inovação a este segmento económico. A aposta em colocar o cliente no centro das operações deve ser prioritária, proporcionando uma maior conveniência, eficiência e personalização, tendo como grande objetivo tornar o empreendedorismo acessível a todos.

As fintech, como nós, têm contribuído para romper com os modelos tradicionais e oferecer melhores soluções que têm a capacidade de estar em constante

desenvolvimento e estimulam a concorrência saudável no mercado financeiro, levando a uma maior oferta de serviços a preços mais competitivos.

Para além dos benefícios para os utilizadores, existe um impacto direto e positivo na economia nacional, já que estimula a inovação e facilita o acesso a financiamento para uma grande fatia do tecido económico português. O foco no desenvolvimento dos negócios, em vez de nos processos e burocracia, promove a criação de empregos, a colaboração e parcerias, e capacita as empresas para dar resposta aos desafios de um setor em constante mudança.

É, portanto, urgente que a inovação apoie as PME’s e freelancers, pois estas soluções serão aquelas que maior impacto terão e contribuirão para o crescimento sustentável da economia nacional. É também importante que os empresários e freelancers procurem e apoiem estas soluções e participem em comunidades para partilharem as suas dificuldades e contribuírem para o aparecimento de novas funcionalidades no mercado.

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