Influenciadores humanos ou virtuais: Quem domina o futuro do marketing de influência?
Por Márcia Maurer Herter, Professora de Estratégia e Marketing do ISEG
Os influenciadores digitais continuam a desempenhar um papel crucial na definição de tendências, promoção de marcas e interação com o público em diversas plataformas de mídia social. O surgimento dos influenciadores virtuais – gerados por inteligência artificial – introduziu uma nova dinâmica no ambiente digital. Esses influenciadores têm expandido sua presença, alcançando níveis impressionantes de realismo e especialização. Alguns são classificados como human-like, ou seja, projetados para se assemelhar a humanos, como Lil Miquela, Shudu Gram, Imma e Magalu. Outros, conhecidos como non-human-like, assumem formas distintas, como animais, objetos e personagens abstratos, a exemplo de Nobody Sausage, Good Advice Cupcake e Noodle and Bun. Além da aparência, os influenciadores virtuais possuem personalidades e narrativas meticulosamente elaboradas para envolver o público. Contudo, tradicionalmente, os influenciadores humanos dominaram esse espaço, ao se utilizarem da suas personalidades, emoções, experiências e histórias pessoais para se conectarem com seus seguidores de uma forma mais autêntica. As marcas precisam, então, decidir em qual tipo de influenciador apostar: humanos ou virtuais, quem leva vantagem?
Por um lado, estudos recentes mostram que os influenciadores humanos são mais eficazes na promoção de produtos que envolvem experiências sensoriais de proximidade (tato, olfato e paladar) como perfumes e cosméticos. Eles também se destacam em contextos que exigem empatia e moralidade, além de possibilitarem interação direta por meio de lives e sessões de perguntas e respostas, fatores que que reforçam a autenticidade e a conexão emocional com o público. Por outro lado, os influenciadores virtuais desafiam a fronteira entre realidade e ficção, ao criar conteúdos inovadores e visualmente impactantes. Seu apelo está no entretenimento e na criatividade, sendo especialmente eficazes em indústrias como a da moda e de games. Além disso, sua adaptação global, com fácil tradução e personalização cultural de conteúdos, os torna estratégicos para campanhas internacionais.
O marketing de influência seguirá evoluindo, ao gerar novas oportunidades para marcas se destacarem de forma criativa e inovadora. A disputa entre influenciadores humanos e virtuais não deverá ter apenas uma solução “one size fits all”, mas de complementaridade dependendo dos objetivos da marca. No final do dia, o sucesso de ambos depende da capacidade de interagir, inspirar e criar conexões reais com o seu público. Além disso, regulamentações serão necessárias para garantir um ambiente digital transparente e seguro para os utilizadores, para saber diferenciar influenciadores humanos e virtuais.