IA Generativa: conheça os três mandamentos para a sua empresa

Por Filipe Figueiroa, Manager na LTPlabs

Em finais de 2024, assinalaram-se dois anos da apresentação da aplicação que introduziu a Inteligência Artificial Generativa (IA Gen) à população em geral. Enquanto em 2023 muitas pessoas deram os primeiros passos na interação com esta nova tecnologia, em 2024 as empresas começaram seriamente a desenhar e a implementar projetos mais transformacionais. A IA Gen é, sem dúvida, uma ferramenta que introduz imensas oportunidades e que, ao contrário de vários modelos analíticos, é fácil de interpretar pela maior parte dos utilizadores.

Em 2025, a LTPLabs antecipa que o volume de projetos e de iniciativas de IA Gen dentro das empresas aumente significativamente e que haja um foco ainda maior em alavancar esta ferramenta. E aqui é necessário destacar três dimensões-chave que devem guiar os esforços das organizações: melhorias de produtividade e de processo, aplicações altamente customizadas e diretrizes internas de IA.

Uma evolução notória em 2024 foi o aumento gradual do pragmatismo em relação a projetos de IA Gen. Há uma consciência crescente que existem milhares de casos de uso, mas que só alguns deles é que devem ser priorizados para garantir que o investimento é concentrado nos projetos com maior valor acrescentado. Neste sentido, vai havendo cada vez mais interesse em projetos cujo foco seja obter melhorias de produtividade e de processo.

O objetivo é alavancar as competências dos modelos de IA Gen para automatizar e/ou validar processos que requerem supervisão humana. Processos com uma grande dependência na interpretação de informação não-estruturada (texto corrido, descrições…) são passíveis de serem transformados e tornados mais eficientes. A IA Generativa pode também ser usada como elo de comunicação entre sistemas, facilitando a integração de informação que esteja dispersa.

Por outro lado, para diminuir o risco de projetos nesta área, um elemento fundamental é garantir que há encaixe entre a solução desenvolvida e a realidade de negócio da organização. É fundamental que o investimento seja veiculado para aplicações altamente customizadas. Embora haja projetos que são concetualmente muito parecidos, o seu desenho e implementação irá variar de caso para caso, dependendo da equipa que irá usar, dos processos internos, dos dados disponíveis (internos ou externos) ou da própria cultura da organização. A implementação de soluções ‘chave-na-mão’ acaba por levar a um compromisso entre a solução pré-desenvolvida e as necessidades únicas de cada projeto.

Por fim, à medida que as organizações vão aumentando o nível de investimento e a dependência de modelos de IA Gen, é muitíssimo importante definir bem diretrizes internas de IA que definam as regras do jogo para todos os projetos e processos relacionados com esta tecnologia, assim como a forma como deve ser feita a administração (governance) de assuntos relacionados. Isto é, definir responsabilidades e áreas de atuação para evitar ângulos mortos com uma tecnologia que continua a não ser determinística.

Por isso reitero, sem qualquer dúvida, que o sucesso do desenvolvimento da IA Gen em qualquer organização está intimamente ligado às três dimensões referidas, as quais devem ser um dos focos principais nas resoluções de 2025 de qualquer empresa.