Uma mudança de cultura… de mentalidade!
Por Ricardo Florêncio
Já muito se escreveu, e se disse, que Portugal tem de crescer, que pode crescer e que tem tudo para crescer. Que reúne características, potencialidade e condições especificas, a diversos níveis, para que possa desenvolver-se muito mais depressa. E que muitas vezes dá ideia que só não o fazemos porque não queremos. Mas, para que Portugal possa crescer de forma sustentada e afirmar-se internacionalmente, é imperativo implementar, porventura, a maior mudança de todas. Uma mudança, de cultura, de mentalidade.
Trata-se de uma transformação cultural que vai muito mais além de reformas estruturais ou políticas públicas. É uma profunda alteração no modo como pensamos, vivemos, valorizamos e agimos enquanto sociedade. Hoje, vivemos numa atitude de conformismo e de desvalorização do mérito. Há uma tendência para nivelar por baixo, para criticar quem conseguiu destacar-se, para desconfiar do sucesso em vez de o reconhecer como resultado do esforço, trabalho, visão e competência. Esta mentalidade limita o empreendedorismo, a inovação, o talento. Portugal precisa de se libertar da ideia de que é “pequeno”, de que, por alguma razão, é “menor”. Temos de subir nas cadeias de valor. O que é português é bom, é muito bom. E não tem de ser barato para ganhar escala ou mercados. Temos de ser ambiciosos e não nos deixar arrastar por discursos ou visões míopes. Um País que não valoriza os seus melhores exemplos, e que critica e mesmo vilipendia quem se destaca, está a comprometer o seu futuro. Esta mudança de cultura, de mentalidade, passa por educar para a excelência, incentivar e reconhecer publicamente o mérito. É urgente termos um ambiente, um clima, em que seja natural aspirar a mais, e que o sucesso seja natural, elogiado, estimulado e incentivado.
Continuamos a insistir: queremos um País que cresça mais e mais depressa, mais competitivo, com maiores índices de produtividade, com maior criação de riqueza, pois só assim poderemos ter um futuro melhor.
Editorial publicado na revista Executive Digest nº 229 de Abril de 2025