Depois das pessoas, o maior ativo das seguradoras é a informação

Por Alexandre Ramos, CIO da Liberty Seguros na Europa

Tomar decisões com base em dados sempre foi prática nos negócios, mas hoje, mais do que nunca, a análise preditiva está no cerne de qualquer gestão. As vantagens competitivas são várias: permitem às empresas recolher informação sobre tendências de mercado e comportamentos e necessidades dos consumidores, identificar padrões de consumo e, consequentemente, dão indicadores de como as empresas podem otimizar as suas operações e torná-las mais eficientes.

No caso das companhias de seguros, ter uma estratégia data-driven é cada vez mais relevante. Um estudo da McKinsey & Company sobre a importância da análise preditiva nos seguros indica que a análise preditiva pode ajudar as empresas a melhorar as suas operações, a reduzir custos e a aumentar as receitas. E, de facto, no nosso caso, esta análise é crucial no cálculo do risco e das apólices, na medida em que precisamos de avaliar o risco com precisão para nos certificarmos de que fixamos os preços das apólices de forma adequada, cobrindo os seus custos, mas também, naturalmente, gerando lucros para a empresa e consequentemente protegendo o nosso ativo principal, as pessoas que nela trabalham. Ao mesmo tempo, para a sustentabilidade do negócio, as seguradoras têm também de assegurar-se de que não estão a expor-se a riscos fora do apetite da Companhia, segurando indivíduos ou entidades que são suscetíveis de apresentar incidências de maior.

Para tal, as seguradoras dependem fortemente de dados resultantes da chamada análise preditiva. Recorremos ao histórico de sinistros, informação demográfica, informações estatísticas do mercado, entre outras relevantes  para desenvolver modelos estatísticos ou mesmo de autoaprendizagem que, por sua vez, ajudam a calcular e a antever a probabilidade de eventos futuros. Além disso, também utilizamos a análise preditiva para identificar padrões e tendências nos dados, que possam ajudar a aperfeiçoar os processos de subscrição e a melhorar os modelos de avaliação de risco ao longo do tempo, o que, no final, permite tornar mais precisas as informações que levam à tomada de decisão sobre os preços. Em última instância, melhoramos a experiência dos clientes e parceiros.

Hoje, mais que nunca, temos de antecipar, e para o fazer, o fácil e rápido acesso a dados fiáveis, rastreáveis e explicáveis é critico. Ter pessoas com os skills certos, com a curiosidade necessária, bem como ferramentas que lhes permitam estudá-los e explorá-los é o fator de sucesso.

Assim, na era dos dados, a análise preditiva é um instrumento poderoso para as companhias de seguros – possivelmente o mais importante depois do capital humano, pois é a ferramenta que garante que temos todas as informações para gerir o risco, para detetar fraudes, para reter clientes e melhorar a sua experiência e, no final das contas, impulsionar o crescimento do negócio.

 

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