Construir com consciência: o impacto da sustentabilidade na reabilitação

Por Vasco Magalhães, Diretor Geral da MELOM e Querido Mudei a Casa Obras

 

Durante muito tempo, sustentabilidade foi encarada como um “extra”, uma mais-valia que, apesar de desejável, raramente determinava o rumo de um projeto imobiliário. Hoje, essa realidade está a mudar. No contexto atual, integrar práticas sustentáveis deixou de ser uma escolha opcional para se tornar numa exigência clara, tanto por parte da legislação como dos próprios consumidores. Reabilitar com consciência ambiental é, cada vez mais, um imperativo estratégico para quem pretende construir valor duradouro – para si, para o mercado e para a sociedade.

A pressão sobre os recursos naturais, os compromissos europeus de descarbonização e a necessidade de reduzir a pegada ecológica dos edifícios tornaram a sustentabilidade um dos pilares centrais da construção e reabilitação urbana. Neste cenário, os projetos que incorporam soluções de eficiência energética, materiais reciclados ou de baixo impacto, e tecnologias de automação para gestão inteligente de consumos, assumem uma posição privilegiada. Não só respondem a uma maior exigência regulatória, como beneficiam de incentivos e de um reconhecimento crescente por parte do mercado.

Reabilitar um edifício com práticas sustentáveis vai além da substituição de janelas ou da colocação de painéis solares. Implica uma visão integrada, que começa na escolha criteriosa dos materiais, privilegiando aqueles com menor impacto ambiental, maior durabilidade e possibilidade de reutilização, e termina na criação de espaços eficientes, confortáveis e preparados para os desafios futuros. É neste equilíbrio entre inovação técnica e responsabilidade ambiental que reside o verdadeiro valor da reabilitação sustentável.

Os edifícios que integram soluções ativas de climatização, isolamento térmico eficiente, sistemas de reaproveitamento de águas e fontes de energia renovável não só reduzem significativamente os custos de operação ao longo do tempo, como se tornam mais atrativos para compradores e investidores atentos à performance ambiental. Num mercado cada vez mais competitivo, a sustentabilidade é também um fator diferenciador que contribui para a valorização patrimonial.

Importa ainda referir o papel da reabilitação sustentável na regeneração urbana. Ao optar por preservar e melhorar o que já existe, em vez de construir de raiz, reduz-se o consumo de solo e energia, preserva-se a identidade arquitetónica das cidades e promove-se uma relação mais equilibrada entre o edificado e o meio ambiente. A sustentabilidade, neste contexto, não é apenas ambiental, é também cultural, social e económica.

Para que esta transformação se afirme, é fundamental que o setor da reabilitação continue a investir em formação, inovação e rigor técnico. Construir com consciência não é apenas cumprir normas: é fazer escolhas informadas, planeadas e responsáveis, que tenham em conta o ciclo de vida dos edifícios e o impacto que terão nas próximas gerações.

Na MELOM, acreditamos que o futuro do imobiliário se constrói com responsabilidade. Reabilitar de forma sustentável é uma forma inteligente de responder às exigências do presente, antecipar as necessidades do futuro e criar valor que perdura no tempo. Porque construir com consciência é, hoje, a forma mais eficaz de deixar uma marca positiva — na cidade, no planeta e na vida das pessoas.