A social democracia “à Portuguesa” ou o socialismo “envergonhado”?
Opinião de Nelson Pires, General Manager da Jaba Recordati
Confesso que as afirmações políticas recentes me deixam atónito. De repente todos os políticos passaram a ser sociais democratas. Bem sei que a nossa social de democracia não é igual à do norte da Europa que é de centro esquerda. Mas de repente os 2 partidos do centro aproximaram-se. Um tornou-se social democrata menos liberal; o outro um socialista envergonhado e cada vez mais “chegado ao centro”. Daí a dificuldade de escolher em que partido votar: deixou de ser uma questão de ideologia para ser uma questão de pessoas. Nunca foi de programas eleitorais que ninguém lê. Mas é de quem gostamos e confiamos mais… e essa falência ideológica é perigosa e alavanca os populismos e extremismos. As questões disruptivas, como a da utilização do nome “sem género”, pouco importantes para o dia a dia da maioria dos cidadãos, tornaram-se centrais. E este coletivismo ao centro apenas mantém sempre os mesmos no poder e garante o seu estatuto. Mesmo os partidos mais extremistas e radicais se tornam uma social democracia “à Portuguesa” ou um socialismo “envergonhado “ quando chegam ao poder, como se viu na “geringonça”!
O capitalismo é o único modelo que funciona, que reduziu a pobreza no mundo de mais de 90% para menos de 10% da população mundial. Os outros modelos falharam. Não erradicaram a pobreza mesmo dizendo que redistribuem riqueza. Só que não estimulam a produção de riqueza. Só significam mais estado, mais regulação, mais impostos, maior erradicação da riqueza e estimulo à criação de pobres. O Coletivismo, um termo utilizado pelo atual presidente da Argentina, espelha bem este cenário. Aliás com o seu ar um pouco “estranho” foi o único orador que fez um discurso surpreendente em Davos, nada radical e nada de extrema direita mas realista e liberal. Falou da violência deste coletivismo violento que se financia através de impostos arrecadados de forma autocrática pelo estado, criando pobres e apoios sociais. Destrói a meritocracia e o empreendedorismo, pois o nivelamento é “por baixo”. E os políticos sucumbiram a este para manterem o poder e os privilégios. Ninguém entendia a abstenção elevadíssima. Ninguém entendeu o sucesso do Bloco. Ninguém antecipou o desaparecimento do CDS do parlamento. Ninguém entende o sucesso do Chega.
“Primeiro estranha-se e depois entranha-se”! O mesmo se passa na política, em que os extremismos de direita e de esquerda, se estão a “entranhar”!