Operação Marquês: “Nunca senti qualquer influência política”, diz o antigo CEO de Vale do Lobo sobre Armando Vara

Diogo Gaspar Ferreira, um dos 21 arguidos e que está acusado de dois crimes – um de branqueamento de capitais e um de corrupção ativa de titular de cargo político -, falou sobre o crédito na Caixa Geral de Depósitos, a propósito do financiamento feito em 2006

Executive Digest com Lusa
Setembro 11, 2025
14:46

O antigo diretor executivo do empreendimento de luxo Vale do Lobo disse hoje, durante o julgamento do processo Operação Marquês, que nunca sentiu influência política durante o processo de financiamento da Caixa Geral de Depósitos.

Na décima primeira sessão deste julgamento, Diogo Gaspar Ferreira, um dos 21 arguidos deste processo e que está acusado de dois crimes – um de branqueamento de capitais e um de corrupção ativa de titular de cargo político -, falou sobre o crédito na Caixa Geral de Depósitos, a propósito do financiamento feito em 2006.

“Nunca senti qualquer influência política”, disse Diogo Gaspar Ferreira perante o coletivo presidido pela juíza Susana Seca, que questionou o ex-diretor executivo sobre se alguma vez foi feita alguma pressão por parte de António Vara ou se este sugeriu que falasse com José Sócrates.

Em causa estava o financiamento da Caixa Geral de Depósitos para Vale do Lobo, motivo pelo qual o também promotor de Vale do Lobo Rui Horta e Costa se reuniu com a administração da CGD, onde estava Armando Vara.

Nessa altura, contou Diogo Gaspar Ferreira, Armando Vara terá proposto a constituição de uma sociedade, uma vez que a proposta de Vale do Lobo “era interessante”, mas os capitais eram insuficientes.

Nesta sessão, a primeira em que o antigo primeiro-ministro José Sócrates esteve ausente, marcou presença o procurador Rosário Teixeira, que liderou a investigação que resultou neste processo que agora é julgado.

Da equipa do Ministério Público, estão hoje os procuradores Rosário Teixeira, Rui Real e Nadine Xarope, não estando presente o procurador Rómulo Mateus.

O antigo primeiro-ministro José Sócrates é um dos 21 arguidos da Operação Marquês e responde maioritariamente por corrupção e branqueamento de capitais. Não esteve presente hoje, depois de ter pedido dispensa ao tribunal esta quarta-feira e anunciado que vai deslocar-se ao Brasil por motivos académicos.

Os 21 arguidos têm, em geral, negado a prática dos 117 crimes económico-financeiros que globalmente lhes são imputados.

O julgamento começou a 3 de Julho no Tribunal Central Criminal de Lisboa.

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