OpenAI lança novo “modo de estudo” no ChatGPT para promover uso responsável da IA na educação

A OpenAI lançou esta terça-feira o novo “modo de estudo” do ChatGPT, uma funcionalidade criada para encorajar os estudantes a utilizarem a inteligência artificial de forma responsável e ética no contexto académico.

Pedro Gonçalves
Julho 30, 2025
14:31

A OpenAI lançou esta terça-feira o novo “modo de estudo” do ChatGPT, uma funcionalidade criada para encorajar os estudantes a utilizarem a inteligência artificial de forma responsável e ética no contexto académico. A iniciativa surge numa altura em que escolas e universidades enfrentam um aumento alarmante do uso indevido de ferramentas de IA para fazer trabalhos e exames.

Em vez de fornecer respostas completas ou soluções diretas, o novo modo foi concebido para ensinar os alunos de forma interativa e gradual, simulando o acompanhamento de um professor. O objetivo, segundo a OpenAI, é ajudar os utilizadores a compreender e analisar os conteúdos, promovendo o verdadeiro processo de aprendizagem.

“Queremos destacar formas responsáveis de utilizar o ChatGPT, de modo a favorecer a aprendizagem”, afirmou Jaina Devaney, responsável pela área de educação internacional da OpenAI, citada pela Euronews.

O lançamento do modo de estudo ocorre num momento em que a comunidade académica expressa crescentes preocupações com o uso abusivo de IA por estudantes. Um inquérito publicado recentemente pelo The Guardian revelou que, no ano letivo de 2023-2024, foram identificados cerca de 7.000 casos comprovados de batota com recurso a IA em universidades.

Nos Estados Unidos, mais de um terço dos jovens adultos em idade universitária usa o ChatGPT, segundo dados da própria empresa. Estima-se que cerca de 25% das mensagens trocadas com o chatbot estejam relacionadas com aprendizagem, ensino ou trabalhos escolares.

“Não acreditamos na utilização destas ferramentas para batota, e esta é uma forma de ajudar a reduzir esse fenómeno”, sublinhou Devaney.

Apesar da novidade, a empresa admite que os utilizadores continuam livres de ignorar o modo de estudo e pedir respostas diretas, o que representa uma limitação clara do sistema.

Num exemplo citado pela OpenAI, um utilizador pediu ajuda para compreender o Teorema de Bayes. Em vez de apresentar logo a solução, o ChatGPT questionou o utilizador sobre o seu nível de literacia matemática e os seus objetivos de aprendizagem, antes de iniciar uma explicação faseada e detalhada do conceito.

A nova funcionalidade permite também carregar exames anteriores ou exercícios para trabalhar em conjunto com o chatbot, encorajando o estudo colaborativo e não a simples delegação da tarefa.

Segundo a empresa, o modo de estudo foi desenvolvido com o apoio de professores, cientistas e especialistas em educação, para alinhar a ferramenta com as práticas pedagógicas. Ainda assim, a OpenAI reconhece que poderão ocorrer erros ou respostas inconsistentes, uma vez que o sistema continua em constante aprendizagem.

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