Onze cirurgiões do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) não pretendem trabalhar com os colegas que denunciaram casos de má prática e que vão regressar ao serviço em agosto: oito já apresentaram as cartas de rescisão, revelou esta segunda-feira o jornal ‘Expresso’, o que poderá reduzir o serviço de cirurgia geral a oito cirurgiões, assim como 12 internos em formação, o que tornará insustentável a realização de cirurgias.
“O recém-nomeado Conselho de Administração do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca está a trabalhar ativamente, desde o seu primeiro dia de mandato, com o diretor de serviço de Cirurgia Geral num conjunto de soluções que visam ultrapassar um impasse relacional que envolve alguns cirurgiões com outros dois médicos especialistas”, apontou a administração, em declarações ao jornal semanário.
“Para ultrapassar estes constrangimentos, o conselho de administração iniciou com os especialistas envolvidos uma atitude de diálogo e concertação diárias, tendo mandatado o diretor de serviço para a apresentação de propostas justas e equilibradas para a resolução do conflito latente”, referiu, salientando que “as negociações decorrem com espírito de abertura e a bom ritmo, acreditando que a direção de serviço tem todas as condições para ultrapassar este momento”.
“A realização de cirurgias programadas não está em risco no curto prazo com a posição negocial que foi assumida por alguns cirurgiões”, indicou a administração, que “acredita no elevado sentido de responsabilidade demonstrado pela instituição e pelos seus profissionais e que será mantido na gestão deste diferendo, pois assim o exigem a reputação construída ao longo de 28 anos e a necessidade de dar resposta perante uma comunidade de mais de 550 mil utentes”.
Os médicos em questão, entre eles o antigo diretor da cirurgia geral, vão regressar ao hospital a 14 de agosto, após terem cumprido 90 dias de suspensão na sequência de um processo disciplinar por acesso indevido a dados clínicos de doentes.














