A missão das Nações Unidas no Líbano denunciou hoje um dos ataques israelitas “mais graves” contra o efetivo da organização desde o cessar-fogo que pôs fim à guerra entre Israel e o Hezbollah.
Até ao momento, Israel não reagiu à acusação das Nações Unidas.
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) disse hoje em comunicado que na terça-feira, aparelhos aéreos não tripulados israelitas lançaram quatro granadas numa zona situada “perto” de posições da missão manutenção de paz.
De acordo com a UNIFIL, uma granada caiu a menos de 20 metros e as outras três a cerca de 100 metros de efetivos e viaturas da ONU.
Os membros da UNIFIL encontravam-se no terreno a desmontar pontos de bloqueio localizados na linha de demarcação da ONU entre Israel e o Líbano (Linha Azul) na altura do ataque que aparentemente não fez vítimas.
“Este é um dos ataques mais graves contra efetivos e propriedades da UNIFIL” desde novembro do ano passado referiu o comunicado das Nações Unidas.
A UNIFIL afirmou que o Exército israelita foi informado com antecedência sobre os trabalhos de limpeza que estava a realizar na zona e acrescentou que as operações foram suspensas após o incidente.
A missão internacional, que funciona como separação entre Israel e o Líbano desde março de 1978, denunciou também o que disse ser uma “grave violação” da Resolução 1701 (que serviu de base para o acordo de cessar-fogo), bem como do direito internacional.
Na semana passada, o Conselho de Segurança da ONU decidiu prolongar o mandato da UNIFIL pela última vez.
Os Estados Unidos e Israel pretendem a retirada da força em 2027.
Um cessar-fogo concluído sob mediação norte-americana a 27 de novembro de 2024 pôs fim a mais de um ano de conflito entre o grupo xiita libanês Hezbollah (Partido de Deus) e Israel.
Este acordo estipula que apenas o Exército libanês e a força de manutenção da paz da ONU podem ser destacados no sul do país, junto da fronteira com Israel, excluindo a presença do Hezbollah e dos militares israelitas.
No entanto, Israel continua a manter tropas em cinco posições fronteiriças consideradas estratégicas no sul do Líbano e realiza ataques regulares, principalmente contra instalações e autoridades do Hezbollah.














