O stress no ambiente de trabalho é um problema que, muitas vezes, não recebe a devida atenção, sobretudo quando atinge os líderes das empresas. Pesquisas recentes indicam que gestores têm maior propensão a desenvolver síndrome de burnout ou esgotamento profissional, colocando em risco a sua saúde e a performance das equipas.
Segundo dados da Nascia, uma rede espanhola especializada no tratamento de stress e feedbacks, seis em cada dez casos de burnout afetam profissionais responsáveis por projetos ou pessoas nas empresas. O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são fundamentais para evitar consequências graves, como depressão, transtornos de ansiedade ou síndrome do pânico.
Entre os principais sintomas do burnout estão o esgotamento físico e mental, mudanças de humor constantes, irritabilidade, isolamento e baixa autoestima. Para tratar este problema, recomenda-se psicoterapia, apoio medicamentoso quando necessário, atividade física regular e períodos de descanso para recuperação da energia mental.
Uma análise da Michael Page revela que ser líder implica responsabilidades acrescidas, que podem gerar solidão, sentimento de culpa e sobrecarga de tarefas. Quando o stresse se torna crónico, limita a performance do profissional e prejudica a inovação e eficiência da empresa.
As organizações têm um papel crucial na prevenção do burnout. Entre as medidas sugeridas estão a criação de um ambiente de trabalho saudável, apoio psicológico, definição de metas realistas, gestão adequada do tempo, feedbacks constantes e promoção de uma cultura de respeito e igualdade. Modelos como a avaliação 360° podem também aproximar líderes e equipas, reforçando a comunicação e a confiança interna.
Especialistas recomendam ainda hábitos individuais, como manter rotina regular, realizar exercícios físicos, reservar momentos para respirar e adotar uma visão positiva do trabalho, para reduzir os efeitos do stress. Questionar os colaboradores sobre o seu bem-estar e ouvir as suas preocupações é igualmente essencial.
Combater o stress corporativo não é apenas uma questão de produtividade: é uma forma de proteger a saúde mental dos profissionais e prevenir doenças graves que podem afetar toda a empresa.














