“Amazon, Apple, Microsoft, Facebook e Google faturam mais numa semana do que o McDonald’s num ano inteiro”, no entanto, a carga fiscal atribuída a estas multinacionais no mundo todo não corresponde ao seu volume de negócios “e sem isto a economia não pode crescer”, refere Philippe Aghion professor na London School of Economics.
Atualmente, as “maiores 50 empresas do mundo, 21 das quais do mercado da tecnologia, obtém lucros de quase 800 mil milhões de dólares, quase 1% do PIB global e três vezes mais do que há 30 anos”, como refere Tom Orlik, economista da Bloomberg.
Além disso, ao contrário do que acontecia há três décadas, hoje esta lista de ouro conta com a presença de oito gigantes chinesas. Paralelamente, estas empresas têm uma coisa comum: “apesar do lucro crescente têm cada vez menos empregados e pagam cada vez menos impostos”, lembra Aghion.
“Se há 30 anos as maiores empresas do mundo eram responsáveis por 34% dos impostos sobre os lucros mundiais, hoje pagam apenas 17%. As autoridades internacionais devem preocupar-se em elaborar um acordo internacional que cobre os impostos das multinacionais”, explicou o catedrático de uma das mais proeminentes escolas de economia do mundo.
Este debate surge na mesma altura, em que Joe Biden, através da sua Secretária do Tesouro Janet Yellen, tenta por tudo convencer os parceiros internacionais a colaborarem na criação “de um imposto mínimo global”.
Para além disso, a equipa económica da Casa Branca pretende aumentar a alíquota do imposto empresarial pago internamente de 21% para 28%, uma medida completamente oposta à política fiscal de Donald Trump que, em 2017, reduziu os impostos sobre sociedades comerciais, conforme lembra o Wall Street Journal.
