Por Manuel Araújo Monteiro, Administrador da B-Parts
O mercado de pós-venda de automóveis é, muitas vezes, opaco. Entre oficinas com níveis de especialização díspares, peças de origem incerta e orçamentos que oscilam drasticamente sem explicação lógica, muitos condutores optam por soluções duvidosas, sem perceberem o custo real dessas escolhas.
Estas (más) escolhas têm custos ocultos. Falhas precoces, menor segurança, maior necessidade de intervenções a longo prazo. Mas os custos não ficam por aqui: a produção constante de novas peças tem uma pegada ecológica considerável e o planeta mantém-se sobrecarregado por uma indústria que ainda teima em resistir à mudança.
A economia circular oferece-nos um leque de escolhas mais verde e económico. Hoje, temos à disposição soluções 100% fiáveis de reutilização das peças automóveis. Peças usadas, originais e devidamente certificadas. Indiscerníveis das peças novas, tanto no desempenho quanto na durabilidade. Com menos custos, visíveis e invisíveis. E além de serem mais acessíveis ao consumidor final, as peças recondicionadas criam uma cadeia de valor muito mais consciente, sendo, por isso, são uma aposta na eficiência ecológica.
O crescimento económico está, neste momento, intrinsecamente conectado à preservação do ambiente. O Plano de Ação para a Economia Circular da União Europeia tem como fim a transformação da economia europeia num sistema com mais sustentabilidade, tornando os setores cruciais mais circulares. Como? Com produtos reutilizados, reparados e reciclados, em vez de descartados.
Se pensarmos no papel da economia circular na indústria automóvel, facilmente nos apercebemos da sua importância. Cada escolha de reparação, peça substituta ou oficina reflete não apenas a forma como o consumidor perceciona o seu veículo, mas também o planeta e o futuro. Desta forma, a transformação passa pela informação clara e opções sustentáveis, num mercado pós-venda à altura das necessidades de um novo tipo de consumidor, mais informado, mais consciente e, essencialmente, mais verde.
Os carros são, por si só, uma fonte de poluição enorme. Existindo uma forma de minimizar esta poluição e prolongar a vida útil dos automóveis, não deveríamos adotá- la? Recorrer a peças em segunda mão, recondicionadas e originais. É a solução. É a urgência. Para além de evitar que peças novas sejam produzidas, evita o desperdício.
A maior parte dos principais agentes do setor, nos últimos anos, já assumiram compromissos para tornar os seus negócios circulares. Focam-se em eliminar os resíduos, a poluição e melhorar a utilização de materiais reciclados, nomeadamente ao recondicionar e reutilizar peças.
Numa época em que a sustentabilidade e eficiência são o motor, o mercado de peças usadas e originais fica mais relevante a cada segundo. Teremos um futuro mais limpo? Se continuarmos a apostar na economia circular, sim. Para tal, teremos todos que assumir este compromisso e abraçar os desafios e oportunidades que o futuro da economia circular trará.




