
O Brexit está a custar ao Reino Unido 100 mil milhões de libras em perdas de produção
O Brexit está a custar à economia do Reino Unido 100 mil milhões de libras por ano (113 mil milhões de euros), em perdas de produção que afetam todos os setores.
De acordo com um novo relatório efetuado por economistas da ‘Bloomberg’, este prejuízo afeta desde investimentos empresariais até à capacidade das empresas contratarem trabalhadores.
A análise foi feita pela Bloomberg Economics três anos depois do país ter abandonado a União Europeia (UE), neste mesmo dia 31 de janeiro de 2020, depois de uma decisão do governo conservador.
Os economistas Ana Andrade e Dan Hanson estimam que a economia é 4% menor do que poderia ter sido, com o investimento empresarial a diminuir significativamente e o défice de trabalhadores UE a aumentar.
“O Reino Unido cometeu um ato de autoagressão económica quando votou para deixar a UE em 2016? As evidências até agora ainda sugerem que sim”, escrevem Andrade e Hanson numa nota publicada no meio internacional. “A principal conclusão é que a rutura do mercado único pode ter impactado a economia britânica mais rapidamente do que nós, ou a maioria dos outros analistas, esperávamos”, acrescentam.
Estas afirmações dos analistas desmentem a afirmação do primeiro-ministro Rishi Sunak de que o Brexit é uma “enorme oportunidade” para o Reino Unido que está a começar a concretizar-se.
In 2016 the British people voted to leave the EU, and 3 years ago we delivered on that historic vote.
Since then, we’ve made huge strides in harnessing these Brexit freedoms. pic.twitter.com/t2P4QkJSWA
— Rishi Sunak (@RishiSunak) January 31, 2023
“Fizemos grandes avanços ao aproveitar as liberdades desbloqueadas pelo Brexit para enfrentar os desafios geracionais”, disse Sunak em comunicado na noite de segunda-feira. “Seja efetuando o lançamento de vacinas mais rápido da Europa, fechando acordos comerciais com mais de 70 países ou retomando o controlo das nossas fronteiras, abrimos caminho como uma nação independente com confiança”, refere.
Whether leading Europe’s fastest vaccine rollout, striking trade deals with over 70 countries or taking back control of our borders, we’ve forged a path as an independent nation with confidence. pic.twitter.com/dcaFkfvkaY
— Rishi Sunak (@RishiSunak) January 31, 2023
Os economistas acrescentam ainda que a economia do Reino Unido continua a ser prejudicada pela escassez de trabalhadores e que Brexit teve um papel importante.
Hanson e Andrade estimam que há menos 370.000 trabalhadores da UE empregados no Reino Unido do que poderia haver se o país tivesse permanecido no mercado único europeu, um número apenas parcialmente compensado pela chegada de cidadãos de fora da UE.
“A escassez de mão de obra aumenta a pressão inflacionária no curto prazo e restringe o crescimento potencial mais à frente”, escreveram os economistas. “Isso não é uma boa notícia para uma economia que enfrenta perspectivas sombrias de longo prazo, com tendência de crescimento de pouco mais de 1%”, afirmam.
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