A expansão da Rússia e da China na Antártida está a levantar preocupações sobre as ambições militares e de mineração dos países para o território, anotou esta quinta-feira a revista ‘Newsweek’: Pequim anunciou que vai construir a sexta estação de pesquisa permanente no continente gelado, ao passo que Moscovo está a reabrir e modernizar estações e a construir uma nova pista.
De acordo com o Tratado da Antártida de 1961, estão proibidas quaisquer atividades militares no continente: no entanto, os especialistas alertaram que as ações da Rússia e da China podem transformar a Antártida em mais um objeto de competição territorial.
O estatuto da Antártida como uma reserva de pesquisa intocada foi desafiado pelas expansões de infraestrutura e logística da China e da Rússia, o que gerou alarme sobre se os países têm motivações não científicas para as terras do sul.
O Tratado da Antártida promove a colaboração internacional e deixa de lado as reivindicações territoriais de sete países, que concordaram em não agir sobre a propriedade reivindicada. Os planos de expansão estão dentro dos direitos do Tratado da Antártida, mas a China e a Rússia levantaram suspeitas sobre se suas intenções permanecerão pacíficas e também são acusadas de minar os esforços de conservação ao bloquear novas proteções para áreas marinhas.
Em junho, o comité parlamentar de auditoria ambiental do Reino Unido divulgou um relatório no qual questionou se as pesquisas sísmicas russas tinham como objetivo a potencial prospeção de petróleo, e não a exploração científica. O relatório também disse que tanto a Rússia como a China eram vistas como tendo interesses estratégicos na região — com Moscovo a procurar afirmar o seu estatuto como uma potência polar, enquanto a China continua a expandir a sua infraestrutura antártica.














