Após novo episódio de abalroamento de um veleiro por uma orca no Estreito de Gibraltar, as autoridades espanholas emitiram esta terça-feira recomendações para que os pequenos navios se mantenham na costa daquela região para evitar interações muitas vezes assustadoras com orcas durante os meses de verão.
Neste último incidente, duas pessoas a bordo de um barco de 15 metros (50 pés) em águas marroquinas solicitaram ajuda às autoridades espanholas este domingo, depois de terem relatado que uma orca bateu várias vezes na embarcação, danificando o leme e causando uma fuga: os ocupantes do veleiro foram resgatados por um petroleiro que passava perto, convocado pelas equipas de resgate do país vizinho – o veleiro viria a afundar mais tarde.
O aviso partiu dos ministérios dos transportes e do ambiente de Espanha, assim como das suas marinhas mercantes, que apelar aos veleiros e a pequenos barcos com motor para terem cuidados com as orcas entre maio e agosto na área entre o Estreito de Gibraltar e o Golfo de Cádiz.
O ‘Atlantic Orca Working Group’, equipa de investigadores espanhóis e portugueses da vida marinha que estuda orcas perto da Península Ibérica, afirma que foram conhecidas 197 interações deste tipo em 2021 e outras 207 em 2022. Não há relatos de ataques contra nadadores. As interações nos barcos parecem parar quando a embarcação fica imobilizada.
De acordo com os investigadores, as orcas parecem ter como alvo os barcos num amplo arco que cobre a costa ocidental da Península Ibérica, desde as águas perto do Estreito de Gibraltar até ao noroeste da Galiza, em Espanha.
As orcas da costa ibérica têm em média entre 5 e 6,5 metros de comprimento, em comparação com as orcas da Antártida que atingem 9 metros.
