Zelensky sublinha que Ucrânia não vai reconhecer “quaisquer territórios ocupados pela Rússia”

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reiterou que o seu país jamais aceitará a anexação de territórios ocupados pela Rússia. A declaração foi feita esta quarta-feira, durante uma conferência de imprensa, após as delegações de Kiev e de Washington terem chegado a um acordo de cessar-fogo temporário de 30 dias, no âmbito de uma ronda negocial em Jeddah, na Arábia Saudita.

“Não reconheceremos quaisquer territórios ocupados pela Rússia. Isto é um facto. O nosso povo lutou por isso, os nossos heróis deram as suas vidas. Muitos ficaram feridos, muito foi suportado. Por isso, ninguém esquecerá”, afirmou Zelensky, frisando que esta é uma das “linhas vermelhas fundamentais” da Ucrânia.

O chefe de Estado ucraniano sublinhou ainda que o governo do seu país não permitirá que a comunidade internacional ignore “este crime contra a Ucrânia”.

Da mesma forma, Zelensky abordou as recentes negociações com os Estados Unidos realizadas em Jeddah, na Arábia Saudita. No encontro, representantes ucranianos e norte-americanos discutiram uma proposta de cessar-fogo temporário de 30 dias, com possibilidade de extensão caso ambas as partes concordem.

Num comunicado conjunto divulgado após a reunião, a Ucrânia expressou a sua disponibilidade para aceitar a iniciativa dos EUA, desde que a Rússia também aceite e cumpra integralmente os seus termos.

O governo ucraniano espera que, caso Moscovo rejeite o cessar-fogo proposto, os Estados Unidos tomem medidas mais firmes para pressionar o Kremlin a negociar um acordo de paz. “Se a Rússia recusar o cessar-fogo, contamos com uma reação forte por parte dos EUA”, afirmou Zelensky, numa referência às possíveis ações de Washington para aumentar a pressão diplomática e económica sobre Moscovo.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia continua sem solução à vista, apesar dos esforços diplomáticos. Com a guerra a já no seu terceiro ano, a comunidade internacional acompanha atentamente as negociações e avalia os próximos passos para tentar conter a escalada da violência na região.