YouTube vai limitar recomendação de vídeos sobre ideais corporais aos adolescentes

O YouTube vai limitar as “recomendações repetidas” de vídeos que possam prejudicar a saúde mental dos adolescentes, numa altura em que os métodos das plataformas digitais para atrair os jovens estão na mira das autoridades.

Vídeos “que comparam características físicas e idealizam algumas em detrimento de outras, que idealizam níveis específicos de condicionamento físico ou pesos corporais” deixarão de ser sugeridos repetidamente aos adolescentes, primeiro nos Estados Unidos e depois em outros países no próximo ano, realçou esta quinta-feira, em comunicado, esta plataforma da gigante tecnológica Google.

“Os adolescentes são mais propensos do que os adultos a formar autoimagens negativas quando veem mensagens repetidas sobre padrões ideais no conteúdo que consomem ‘online’”, realçou James Beser, um dos líderes da plataforma.

Na semana passada, mais de quarenta estados norte-americanos iniciaram ações judiciais contra a Meta, acusando as suas aplicações Facebook e Instagram de prejudicarem a “saúde física e mental dos jovens”.

Segundo os procuradores-gerais, o gigante das redes sociais atrai e retém a atenção de jovens com características viciantes, como vídeos curtos para percorrer sem ver o tempo passar, sabendo que o conteúdo e o uso prolongado destas aplicações causam “danos consideráveis” na saúde destes.

Acusações semelhantes foram feitas contra a plataforma chinesa TikTok, banido por inúmeras organizações e pelo Estado de Montana por questões geopolíticas, mas também relacionadas com a proteção das crianças.

Até 95% dos jovens norte-americanos com idades entre os 13 e os 17 anos dizem utilizar uma rede social, um terço dos quais a utiliza “quase constantemente”, de acordo com o Pew Research Center.

Em maio, Vivek Murthy, diretor médico dos Estados Unidos, alertou sobre os “efeitos extremamente nocivos” que as redes sociais podem ter, acreditando que desempenham um papel importante na “crise nacional de saúde mental dos jovens” e, em particular, o das raparigas, mais vulneráveis aos riscos de assédio cibernético ou de perturbações alimentares.

O YouTube também relembrou as medidas existentes para proteger os adolescentes, como a remoção de conteúdos que envolvam incitação ao ódio, assédio ou distúrbios alimentares.

A plataforma também planeia aumentar a frequência de lembretes para fazer pausas ou dormir, para internautas menores de 18 anos.

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