“Voos a 9,99 euros acabaram”: modelo low cost é inviável, garante responsável da Ryanair

A transformação do espaço aéreo, iniciada com a pandemia da Covid-19, está a ter reflexos nos passageiros: os bilhetes estão mais caros. A pandemia deixou claro que o modelo low cost era cada vez menos viável, até mesmo pela escassez de aviões depois do forte aumento da procura. Essa conjugação resultou numa maior dificuldade de descobrir rotas ultrabaratas, pelo que as viagens por menos de 10 euros estão à beira da extinção.

A companhia aérea de voos baratos por excelência, a Ryanair, colocou em cima da mesa a mudança de paradigma, propondo o fim deste modelo: nos próximos anos, a possibilidade de voar a preços irrisórios é inviável. Esta segunda-feira, o diretor financeiro da empresa, Neil Soharan, insistiu que os “dias de voos a 9,99 euros acabaram”, indicou, à ‘Bloomberg’.

Um dos principais motivos é a falta de aviões. Todos os modelos da Ryanair são Boeing e o fabricante está com atrasos na linha de produção do modelo 737. Por isso, a companhia aérea espera ter uma escassez de até uma dezena de aviões na alta temporada, ou seja, entre junho e julho – a escassez pode prejudicar a rentabilidade da empresa e também o seu crescimento.

“Este ano esperamos aumentar o tráfego para 185 milhões, 10% a mais, apesar dos recentes atrasos da Boeing, o que possivelmente adiará parte desse crescimento para o segundo trimestre do atual ano fiscal e poderá diminuir um pouco a nossa meta”, alertou a companhia aérea.

As tarifas aumentaram 50% desde 2022, até aos 41 euros em média, e são 10% superiores face aos preços pré-pandemia, o que não impediu que o tráfego crescesse 73% no período.

Mas a capacidade de fazer viagens curtas na Europa é menor do que antes da pandemia e a procura é “significativamente robusta”, avaliou a empresa, que aconselhou os viajantes a anteciparem-se e a comprarem já os bilhetes porque os percursos esgotam.

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