“Vergonha”: Chega coloca faixas nas janelas do Parlamento contra fim do corte nos salários dos políticos
O Chega, liderado por André Ventura, manifestou-se esta sexta-feira contra a aprovação do fim do corte de 5% nos salários de titulares de cargos políticos e gestores públicos, pendurando faixas de protesto na fachada da Assembleia da República. A medida, incluída no Orçamento do Estado para 2025 e aprovada na quinta-feira, gerou críticas ferozes do partido, que promete abdicar do aumento salarial.
A proposta, apresentada pelo PSD e CDS, prevê que, a partir de janeiro, os políticos e gestores públicos deixem de sofrer o corte de 5% nos seus vencimentos. A medida contou com os votos favoráveis do PS, PSD, CDS e PAN, enquanto o Chega, Bloco de Esquerda, Livre e Iniciativa Liberal votaram contra, e o PCP optou pela abstenção. Para o Chega, esta decisão representa um “desrespeito pelos sacrifícios dos portugueses”.
Hoje não podíamos deixar passar. Num momento em que não há dinheiro para pensões ou baixar impostos, os partidos aumentaram o salários dos políticos neste Orçamento.
Não passarão impunes! pic.twitter.com/yP1iea04CO— André Ventura (@AndreCVentura) November 29, 2024
Nas faixas colocadas nas janelas do Parlamento, podiam ler-se mensagens como “OE2025 aumenta o salário dos políticos. Vergonha!”. André Ventura partilhou imagens do protesto na rede social X (antigo Twitter), acompanhadas de uma crítica severa: “Num momento em que não há dinheiro para pensões ou baixar impostos, os partidos aumentaram o salário dos políticos neste Orçamento. Não passarão impunes!”
Outras faixas exibiam as imagens do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do líder do PS, Pedro Nuno Santos, com notas de euros sobre os seus rostos, simbolizando a indignação do Chega perante a medida. O vice-presidente do partido, Pedro dos Santos Frazão, também participou na campanha, divulgando um cartaz onde se lia: “Este orçamento vai aumentar os salários dos políticos e mantém as subvenções milionárias aos partidos!”
Já no interior do hemiciclo, José Pedro Aguiar-Branco não poupou críticas à ação de protesto do chega, que apelidou de “vandalização política do património nacional”.
Durante o debate parlamentar de quinta-feira, André Ventura anunciou que o grupo parlamentar do Chega renunciará ao aumento salarial. “Nós prescindimos todos. Deputado Hugo Soares, já que lançou o desafio, o país vai saber, e ainda bem que vai saber, porque nós estamos dispostos a prescindir dele”, afirmou Ventura, dirigindo-se ao líder parlamentar do PSD.
A votação final do Orçamento do Estado para 2025 decorre esta sexta-feira, e o tema continua a ser alvo de controvérsia, com o Chega a marcar a sua oposição de forma clara e visual. O partido promete manter a pressão sobre os partidos que aprovaram a medida, enquanto acusa o Governo de ignorar as dificuldades económicas vividas pelos cidadãos.