Vendas de NFTs caem mais de 40% no primeiro trimestre. Mercado é “extremamente especulativo e volátil”, diz analista

Os NFTs têm vindo a ganhar uma grande visibilidade, especialmente ao longo do último ano, quando em setembro de 2021 se registaram cerca de 225 mil transações, o maior número registado. Contudo, a atividade no meio dos NFTs tem arrefecido e as vendas têm caído a pique.

Os NFTs, ou “tokens não-fungíveis” em português, são, de acordo com o presidente da Associação Portuguesa de Blockchain e Criptmoedas, citado pela ‘SIC’, representações digitais de ativos que têm um carácter único, desde peças de arte digital a bilhetes para eventos. Um dos mais conhecidos NFTs é o “Doge”, a imagem de um cão com olhar de surpresa que é frequentemente partilhado nas redes sociais online.

De acordo com dados do website ‘NonFungible’, que acompanha de perto as dinâmicas nos mercados de NFTs, o número de carteiras destes tokens caiu mais de 25% no primeiro trimestre de 2022, face aos últimos três meses de 2021. Também o número de vendas registou uma grande queda de 46,96%.

O ‘Wall Street Journal’ sugere que esta quebra possa ter como causa o aumento das taxas de juro, que afastam os potenciais compradores de investimentos mais arriscados, indicando o mercado dos NFTs é altamente especulativo. O que vemos agora acontecer com o NFTs é o mesmo que se tem vindo a observar no mercado das criptomoedas, em que os investidores, com o aumento dos preços e do custo de vida, procuram ativos mais seguros e estáveis para colocar o seu dinheiro.

Em declarações à ‘Executive Digest’, o analista Henrique Tomé, da corretora XTB, explica que “O mercado dos NFTs é extremamente especulativo e volátil, mais volátil do que as próprias criptomoedas”. Contudo, acredita que as variações dos preços dos NFTs estão mais relacionadas com o sentimento do mercado do que com fatores macroeconómicos.

Em abril, o Nasdaq-100, considerado o índice bolsista das tecnológicas, “teve o pior mês desde 2008 e continua a refletir a preocupação dos investidores sobre o futuro”, sublinha o especialista, acrescentando que “não se trata apenas das taxas de juro, pois questões como a inflação e a incerteza à volta do Leste da Europa continuam a ser os drivers para o mercado, neste momento”.

No que toca às profecias de que o mercado dos NFTs poderá estar a colapsar, o analista discorda, explicando que “continuam a surgir investimentos em NFTs com rentabilidades interessantes, principalmente nos market places fora da blockchain Ethereum”.

O ‘NonFungible’ sublinha que “o público em geral parece estar a perder interesse nos NFTs”. Contudo, com oito mil milhões de dólares (cerca de 7,6 mil milhões de euros) transacionados nos primeiros três meses de 2022, não acredita que se possa considerar o mercado de NFTs como estando em colapso. “Vemos mais uma forma de estabilização, em linha com o último trimestre de 2021”, avança.

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