
Ursula von der Leyen alerta que a Rússia está a preparar-se para confronto com democracias europeias
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou esta terça-feira que a Rússia está a reforçar significativamente a sua capacidade militar-industrial, preparando-se para um confronto futuro com as democracias europeias. A declaração foi feita durante um discurso na Academia Militar Real Dinamarquesa, em Copenhaga, onde a líder europeia sublinhou a necessidade de a União Europeia (UE) reforçar a sua segurança perante uma ameaça crescente.
Segundo von der Leyen, Moscovo tem direcionado vastos recursos para expandir a sua indústria militar, um esforço que não só alimenta a guerra de agressão na Ucrânia, mas também posiciona a Rússia para futuros conflitos no continente europeu. “A Rússia expandiu maciçamente a sua capacidade de produção militar-industrial. Este investimento sustenta a sua guerra de agressão contra a Ucrânia, ao mesmo tempo que a prepara para futuros confrontos com as democracias europeias”, afirmou a líder da Comissão Europeia.
A afirmação surge num contexto de preocupações crescentes entre os líderes europeus sobre a segurança da região, especialmente num momento em que os Estados Unidos deslocam o seu foco estratégico para a região do Indo-Pacífico. A possibilidade de uma Europa mais vulnerável, com menos apoio direto de Washington, leva a que a UE tenha de repensar a sua postura de defesa e o reforço das suas capacidades militares.
A advertência de von der Leyen está alinhada com declarações recentes de vários líderes europeus que encaram a Rússia como uma ameaça existencial. O presidente francês, Emmanuel Macron, tem sido uma das vozes mais ativas a defender um reforço da autonomia europeia na defesa. Em discursos anteriores, Macron sublinhou a necessidade de a Europa estar preparada para responder militarmente, caso seja necessário, sem depender exclusivamente dos Estados Unidos.
A UE tem vindo a debater um aumento significativo dos investimentos em defesa, incluindo iniciativas para fortalecer a cooperação militar entre os Estados-membros e garantir um reforço da produção de equipamento bélico. Em dezembro de 2023, a Comissão Europeia já havia alertado para a necessidade de aumentar a resiliência militar do bloco, face ao prolongamento da guerra na Ucrânia e à crescente agressividade russa.