Unidade de elite de Putin terá sido “absolutamente aniquilada” em poucos dias de guerra, diz analista
O destacamento militar aerotransportado russo, com centenas de operacionais, foi enviado, em março, para conquistar o controlo sobre a cidade ucraniana de Hostomel, nos arredores de Kiev.
De acordo ‘The Moscow Times”, os soldados embarcaram em helicópteros na fronteira entre a Rússia e a Bielorrússia, supostamente para participar em treinos miliares conjuntos na região ocidente da Bielorrússia. Uma vez no ar, a unidade percebeu que, afinal, estava a ser transportada para o conflito na Ucrânia.
Os militares de elite da 31.ª Brigada de Assalto Aéreo foram os primeiros a entrar nos combates na Ucrânia, tocando solo do país vizinho logo na manhã de dia 24 de fevereiro. Tinham como objetivo capturar o aeroporto de Hostomel, mas a resistência ucraniana impediu que tal acontecesse. Se a Rússia tivesse sido bem-sucedida nesse plano, poderia ter usado o aeroporto para fazer chegar mais tropas e equipamentos militares com maior facilidade e prontidão.
Nos combates pelo controlo de Hostomel, a 31.ª Brigada sofreu muitas baixas, enquanto Moscovo enviava tropas para a região a norte de Kiev. Dados da ‘Mediazona’ apontam que só entre 25 de fevereiro e 7 de março morreram 34 militares da unidade paraquedista.
Entre as baixas sofridas estarão alegadamente oficiais seniores, como o coronel Sergei Karasev e o major Alexei Osokin.
Avança o ‘ABC Internacional’ que o analista militar Nick Reynolds, do Royal United Services Institute, afirmou que, a certa altura dos conflitos na Ucrânia, “as forças militares de elite da Rússia foram absolutamente aniquiladas” pela resistência ucraniana, levando as tropas russas a divergir para a região oriental do Donbass. Depois disso, a unidade terá ido para os arredores de Izium, ainda no leste da Ucrânia.
A frustração do avanço dessa unidade terá inviabilizado a estratégia da Rússia para conquistar a capital da Ucrânia e as áreas circundantes, deitando por terra quaisquer ambições para uma rápida vitória da Rússia. Além disso, a derrota da força de elite russa constituiu uma vitória moral para a Ucrânia e um duro golpe para a imagem da Rússia como uma grande potência militar, aponta o mesmo órgão de comunicação social.
O ‘The Moscow Times’ revela que o que resta da 31.ª Brigada estará, desde o final de maio, a apoiar os militares russos no terreno na ofensiva nos arredores de Severodonetsk, embora não se saiba ao certo quantos militares da unidade paraquedista de elite russa estarão ainda vivos.