
Um dos maiores campos de petróleo do mundo está em risco. O que significa para a economia mundial?
No coração da província de Khuzestan, sudoeste do Irão, está localizado o campo petrolífero de Ahvaz, uma das maiores reservas de petróleo do mundo e um dos pilares económicos do país desde a sua descoberta em 1953. Considerado o maior campo petrolífero iraniano e o terceiro maior do planeta, atrás apenas de Ghawar, na Arábia Saudita, e Burgan, no Kuwait, Ahvaz possui reservas comprovadas de 65 mil milhões de barris de petróleo bruto, representando aproximadamente 23% das reservas totais do Irão.
Atualmente, o campo de Ahvaz tem uma produção diária de cerca de 750 mil barris de petróleo, contribuindo para a produção nacional de 3,3 milhões de barris diários. No entanto, o potencial de extração do Irão poderia ultrapassar os quatro milhões de barris por dia, não fosse o impacto das sanções impostas pelos EUA. Especialistas alertam que, caso as restrições económicas se intensifiquem, a produção nacional pode cair abaixo de 2,8 milhões de barris diários, afetando severamente campos estratégicos como Ahvaz, revela o ‘elEconomista’.
A instabilidade geopolítica e a estratégia de “pressão máxima” dos EUA contra o Teerão impulsionaram sanções cada vez mais rigorosas sobre a indústria petrolífera iraniana. Recentemente, o governo norte-americano impôs penalidades a uma rede internacional acusada de facilitar o envio de milhões de barris de petróleo iraniano para a China, através de empresas de fachada como a Sepehr Energy. As sanções também incluem restrições a indivíduos e embarcações envolvidas no transporte de petróleo bruto.
Essas medidas impactam diretamente a exportação do petróleo iraniano e dificultam a logística de transporte, atingindo a chamada “frota fantasma” do Irão. Com a fiscalização mais intensa, o campo de Ahvaz corre o risco de reduzir drasticamente sua taxa de produção.
A incerteza gerada pelas sanções levou a uma queda no investimento estrangeiro e nacional, comprometendo o desenvolvimento da indústria petrolífera iraniana. A falta de acesso a tecnologias avançadas e a restrições nos mercados internacionais dificultam a manutenção da eficiência operacional em longo prazo. Em resposta, o governo iraniano tem procurado alternativas para mitigar os impactos, como parcerias com países aliados, fortalecimento da indústria petroquímica e exploração de mercados alternativos na Ásia e África.