UE já está a ser alvo “da agressão da Rússia”, avisa primeiro-ministro da Ucrânia

A Rússia já está a atacar a União Europeia através de uma estratégia de guerra híbrida, afirmou o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal. Numa análise publicada no Politico e citada pela Ukrinform, o responsável ucraniano denunciou uma série de ações que, segundo ele, representam atos de agressão russa contra os países europeus.

No artigo, Shmyhal detalha diversas ações que, na sua visão, demonstram a hostilidade russa contra a União Europeia. “Quando navios russos destroem cabos de Internet no fundo do mar Báltico, perto da Finlândia, com as suas âncoras, isso é um ato de agressão russa. Quando mísseis de cruzeiro entram no espaço aéreo da Polónia ou da Roménia, é um ato de agressão russa. Quando drones sobrevoam a base aérea de Ramstein, na Alemanha, é um ato de agressão russa”, afirmou.

O líder ucraniano apontou ainda para outras formas de ataque, como a pressão migratória nas fronteiras da Lituânia e da Polónia, a redefinição da fronteira com a Estónia, o apoio direto a movimentos separatistas e políticos radicais dentro da UE, bem como ofensivas cibernéticas e de desinformação. “Tudo isto constitui atos de agressão russa multidimensional contra a União Europeia e os seus Estados-membros”, sublinhou.

Shmyhal reconheceu que não há tanques russos nas ruas das cidades europeias, mas alertou que Moscovo está a conduzir uma guerra híbrida, recorrendo a instrumentos não convencionais para enfraquecer a estabilidade no continente. “A Rússia usa a informação, a energia e os alimentos como armas militares”, afirmou.

O primeiro-ministro ucraniano advertiu ainda que o objetivo do Kremlin é claro: “A Rússia está a tentar semear o pânico, causar o caos e fazer com que os cidadãos duvidem da capacidade dos seus governos para os proteger.” Acrescentou que Moscovo continuará a tentar desmantelar a atual ordem mundial e a arquitetura de segurança europeia, promovendo o crescimento de forças políticas radicais dentro da União Europeia.

Denys Shmyhal reforçou que a União Europeia não está apenas à beira de novos desafios de segurança – já está a vivê-los. “O bloco já não está apenas à porta de novos desafios emergentes de segurança. Está a vivê-los”, alertou.