
UE alia-se às forças armadas nacionais e da NATO em preparação para catástrofe cibernética
A União Europeia vai trabalhar mais de perto com as forças armadas nacionais e a aliança de defesa da NATO para responder a ataques cibernéticos em larga escala: os ministros, no Luxemburgo para uma reunião da União Europeia sobre política de telecomunicações, aprovaram uma atualização do “plano de segurança cibernética” do bloco, que define os mecanismos de resposta da Europa a grandes incidentes de segurança cibernética.
Dariusz Standerski, ministro polaco dos Assuntos Digitais que presidiu a reunião desta sexta-feira, indicou, ao ‘Brussels Playbook do POLITICO’, que o seu país enfrenta diariamente cerca de 700 incidentes cibernéticos. “A Polónia é o país mais atacado na esfera cibernética da UE. No entanto, não podemos garantir que os outros Estados-membros não serão os principais alvos no próximo ano? É por isso que precisamos estar preparados juntos”, referiu.
O novo documento deixou claro quais as instituições — nos níveis técnico, operacional e político — que reagiriam a ataques de larga escala: apelou ainda a uma cooperação mais forte com a NATO, estabelecendo “pontos de contacto” em caso de uma crise cibernética.
“O aumento das tensões geopolíticas, dos conflitos e da rivalidade estratégica reflete-se no impacto, no volume e na sofisticação das atividades cibernéticas maliciosas”, referiu o documento.
A UE disse que começará a realizar exercícios cibernéticos contínuos para treinar simulações de crise em junho de 2026. Espera-se que eles incluam o setor privado e a NATO, e podem envolver autoridades de países dos Balcãs Ocidentais, Moldávia e Ucrânia.
A resposta da Europa às ameaças cibernéticas “deve … incluir uma coordenação mais estreita entre os atores civis e militares e uma ampla abordagem horizontal sobre segurança cibernética”, refletiu o ministro da Segurança Comunitária e Preparação para Emergências da Dinamarca, Torsten Schack Pedersen.
Tais ataques cibernéticos e agressões “podem fazer parte de campanhas híbridas ou operações militares. Também podem afetar diretamente a segurança, a economia e a sociedade da União”, de acordo com o documento do projeto. “Além disso, têm potencial de contágio, especialmente quando essas atividades são direcionadas a países parceiros estratégicos internacionais, como países candidatos ou vizinhos”, afirma o projeto.
O documento também aborda comunicações seguras, solicitando à Comissão Europeia que proponha uma solução até o final de 2026, bem como que a UE e os Governos nacionais desenvolvam um plano de contingência para crises em que os canais normais de comunicação sejam interrompidos.