Ucrânia: Partido de Putin propõe referendos à anexação de territórios ocupados para dia 4 de novembro

O partido Rússia Unida, que tem uma vasta maioria no parlamento russo e que está intimamente associado ao Presidente Vladimir Putin, propôs esta quarta-feira que os referendos para anexar os territórios ocupados na Ucrânia aconteça no dia 4 de novembro.

A data não é escolhia por acaso, pois é nesse mesmo dia que se celebra o Dia da Unidade Nacional da Rússia, sendo que o dirigente do Rússia Unida, Andrey Turchak, considera que realizar os referendos nesse dia será “certo e simbólico”, de acordo com publicação na sua página na rede social Telegram.

Após a auscultação, que vários observadores consideram que serão simulações democráticas e que não refletirão a vontade das populações visadas, “Donetsk, Luhansk e muitas outras cidades russas finalmente regressarão ao seu porto de partida”, salienta Turchak, “e o mundo russo, agora dividido por fronteiras formais, recuperará a sua integridade”. E assegura que as populações dessas regiões “estão prontas para isso há muito tempo”.

Depois do anúncio, um oficial da administração instalada por Moscovo na região de Kherson, Kirill Stremousov, garantiu que “faremos os preparativos para essa data precisa, mesmo que estejamos para realizar esse referendo neste exato momento”.

No passado mês de julho, as informações indicavam que os referendos para a anexação de Kherson e de Zaporíjia estariam agendados para setembro. Contudo, o processo foi suspenso devido ao agravamento do contexto de seguranças nas regiões, devido aos combates e bombardeamentos constantes.

O Rússia Unida tem 323 dos 444 lugares ocupados na Duma, a câmara baixa do Parlamento russo, pelo que se a proposta for avançada é praticamente certo de que será aprovada, considerando, também, que muitos outros partidos com assento parlamentar apoiam a fação dominante.

Ao anexar os territórios atualmente sob controlo das suas forças militares, a Rússia procurará consolidar as conquitas feita na Ucrânia, numa altura em que alguns observadores considera que a máquina de guerra de Putin está a perder fulgor, devido à falta de pessoal, fruto de um elevado número de baixas, e de equipamento.

Dados das Forças Armadas ucranianas indicam que, desde o início da guerra, Moscovo já terá perdido mais de 50 soldados, feridos ou mortos, e milhares de unidades de material bélico.

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