Ucrânia: Macron defende diálogo com a Rússia e alerta que Turquia não pode ser o único ponto de contacto com Putin

O Presidente francês Emmanuel Macron defende que é preciso manter um canal de diálogo aberto com Vladimir Putin e critica os colegas europeus por optarem por cessar a comunicação com o governo russo.

Esta quinta-feira, Macron afirmou que “o trabalho de um diplomata é falar com todos e, particularmente, com as pessoas com as quais discordamos”. E lançou uma pergunta: “Quem quer que a Turquia seja a única potência mundial a falar com a Rússia?”.

Depois de ter sido acusado de adotar uma abordagem demasiado brande e conciliadora para com a Rússia, ao invés de se juntar à retórica mais dura da maioria dos Estados-membros da União Europeia, o líder francês diz que os governos europeus não devem “ceder a qualquer forma de moralidade desacertada que apenas nos enfraqueceria”.

As palavras de Macron surgem numa altura em que a Turquia tem vindo a consolidar, e até fortalecer, o seu estatuto de potência mundial, atuando como mediador entre a Rússia e a Ucrânia, de que é exemplo o acordo estabelecido entre Kiev e Moscovo para desbloquear o envio de cereais ucranianos para os mercados mundiais.

Por sua vez, o Presidente francês tem vindo a realizar várias chamadas telefónicas com Putin, para procurar esclarecer a situação no terreno e tentar persuadir o líder russo a fazer recuar as suas forças na Ucrânia.

Contudo, comentários como “a Rússia não deve ser humilhada”, fizeram com que Macron recebesse críticas dos parceiros europeus e na NATO, especialmente dos países da Europa de Leste, que têm sido as vozes mais duras contra o regime de Putin.

A liderança francesa recusa que esteja a tentar extrair de Putin concessões, que levariam a Ucrânia a aceitar o que alguns observadores chamam de “má paz”, considerando que fazer qualquer cedência a Moscovo é premiar o agressor pela agressão.

Hoje, Macron afirmou que a guerra da Rússia na Ucrânia é “imperialista” e que “não devemos permitir que a Rússia vença”. Ainda assim, salientou que a França quer “trabalhar para uma vitória da Ucrânia ou para uma paz negociada com condições que sejam aceitáveis para a Ucrânia”.

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