Twitter: Ex-funcionário de topo denuncia que falhas na rede social ameaçam a “segurança da democracia”
Em julho, um delator que fez parte dos quadros do Twitter fez chegar ao Congresso norte-americano um documento no qual denuncia que muitos funcionários da rede social têm acesso a informações confidenciais sem a devida supervisão e aos comandos centrais da plataforma.
Avança a ‘CNN’ que o relatório é da autoria de Pieter Zatko e que revela que executivos de topo poderão estar a tentar abafar as falhas do Twitter e que um ou mais funcionários podem estar a trabalhar para serviços de informação de outros países.
“O Twitter é grosseiramente negligente em diversas áreas de segurança de informação. Se estes problemas não forem corrigidos, os reguladores, os media e os utilizadores ficarão chocados quando inevitavelmente descobrirem a falta de medidas básicas de segurança do Twitter”, adianta o delator no documento.
Zatko foi responsável pela segurança do Twitter e respondia diretamente ao CEO, e entrou para a empresa depois de a plataforma ter sofrido um ciberataque de grandes dimensões em 2020, que, entre muitas outras, afetou a conta do então candidato presidencial Joe Biden.
O especialista em cibersegurança afirma que o Twitter é agora uma empresa que práticas de segurança “extraordinariamente más”, e que a rede social apresenta “deficiências flagrantes, negligência, ignorância intencional e ameaças à segurança nacional e à democracia”.
Zatko afirma que a liderança do Twitter tem escondido as vulnerabilidades do seus próprio Conselho de Administração e dos reguladores norte-americanos, deixando o caminho desimpedido para a espionagem de nações estrangeiras, a manipulação, a proliferação de desinformação e a operações de cibercrime.
Às acusações, o Twitter responde, conta a ‘CNN’, afirmando que “o Sr. Zatko foi demitido do seu cargo de executivo sénior no Twitter em janeiro de 2022 por liderança ineficaz e mau desempenho”.
“O que vimos até agora é uma narrativa falsa sobre o Twitter e sobre as nossas práticas de privacidade e segurança de dados, repleta de inconsistências e imprecisões e sem contexto importante”, salienta a mesma fonte da empresa, acrescentando que “as alegações de Zatko e o momento oportunista parecem projetados para chamar a atenção e infligir danos ao Twitter, aos seus clientes e aos seus acionistas”.
“A segurança e privacidade têm sido prioridades de toda a empresa no Twitter e continuarão a sê-lo”, é garantido.