Trump processado pelos The White Stripes por usar música em comício sem a devida autorização
A icónica banda norte-americana The White Stripes, composta por Jack e Meg White, avançou com um processo judicial contra Donald Trump, antigo Presidente dos Estados Unidos, por uso não autorizado da música “Seven Nation Army”. A canção, lançada em 2003 no álbum Elephant, foi utilizada numa campanha de Trump, sem o consentimento dos artistas, num vídeo publicado pela vice-diretora de comunicação de Trump, Margo Martin.
No processo, apresentado esta semana num tribunal federal de Nova Iorque, os White Stripes acusam a campanha de Trump de violação de direitos de autor em seis diferentes instâncias. Segundo o documento, a equipa de Trump ignorou repetidos avisos prévios por parte dos advogados de Jack e Meg White, que tentaram resolver o assunto fora dos tribunais. “Os réus optaram por ignorar os esforços dos queixosos para resolver a questão amigavelmente, tendo decidido violar indiscriminadamente os seus direitos legais”, afirma a ação.
Além das questões legais relacionadas com os direitos de autor, os White Stripes deixam claro que discordam das políticas promovidas por Donald Trump, tanto durante o seu mandato como Presidente como nas propostas que apresentou para um eventual segundo mandato. “Os White Stripes opõem-se veementemente às políticas adotadas e às ações tomadas pelo réu Donald Trump, assim como às que ele propôs para a sua campanha de reeleição”, sublinha o processo.
Esta ação judicial marca o cumprimento de uma promessa pública feita por Jack White de tomar medidas legais contra Trump. No mesmo dia em que o processo foi entregue em tribunal, Jack White publicou no seu Instagram uma mensagem que alude a uma célebre frase do cantor folk Woody Guthrie: “This machine sues fascists” (“Esta máquina processa fascistas”), numa adaptação do lema de Guthrie “This machine kills fascists”, que ele escrevia na guitarra.
Até ao momento, os representantes dos White Stripes e da sua editora não prestaram mais declarações sobre o processo, e a equipa de Trump também não respondeu publicamente à ação movida pelos músicos.
O uso não autorizado de músicas em campanhas políticas tem sido um tema recorrente nos últimos anos, com vários artistas a protestarem contra a associação das suas obras a candidatos ou políticas com as quais não se identificam. No passado, Trump já foi alvo de processos semelhantes por parte de outros músicos, como Adele, Steven Tyler dos Aerosmith e os Rolling Stones, todos por utilização indevida de temas musicais durante eventos da sua campanha.