Trinta imigrantes do Bangladesh vivem em cave em Lisboa: empresário chinês lucra mais de 9 mil euros mensais com ‘hotel’ ilegal

A Polícia Municipal de Lisboa descobriu 30 imigrantes do Bangladesh a viver na cave de um restaurante em Arroios, indicou esta sexta-feira o ‘Correio da Manhã’. No espaço, sem quaisquer condições, os imigrantes pagavam pelo menos 10 euros por noite a um ‘senhorio’ que nem sequer conheciam.

De acordo com o jornal diário, o proprietário é um empresário chinês que pode lucrar pelo menos 9 mil euros por mês com o esquema, sem qualquer imposto ou sequer condições mínimas de habitabilidade.

Os moradores da freguesia de Arroios foram os responsáveis pela denúncia, depois de nos últimos meses a zona ter sido ‘invadida’ por indostânicos que utilizavam a rua para secar a roupa e fazer necessidades. O espaço, na rua Cruz da Carreira, era um gabinete de contabilidade até 2020, que foi comprado pelo empresário chinês.

O interior do espaço foi alvo de obras para transformar o rés-do-chão num restaurante, mas a falta de uma chaminé não permitiu abrir o espaço. A cave foi então adaptada – sem qualquer ventilação ou luz natural – a alojamento, com dezenas de colchões alinhados ao lado uns dos outros, cercados por humidade, baratas e a roupa usada por estes migrantes diariamente.

“Este é um problema do sistema que vigorou nos últimos anos. Precisamos de imigrantes, mas não os podemos receber desta forma”, indicou Carlos Moedas, líder da autarquia lisboeta, que esteve no local após a operação da Polícia Municipal.