
Três asteroides um milhão de vezes mais poderosos do que uma bomba atómica podem estar em rota de colisão com a Terra… e chegar sem aviso, alerta estudo internacional
Há três asteroides capazes de destruir cidades, um milhão de vezes mais poderosos do que as bombas atómicas, que podem atingir a Terra, apontou um estudo publicado na revista científica ‘Astronomy & Astrophysics’.
Depois de a NASA ter tomado uma decisão de emergência relativamente à ameaça do ‘2024 YR4’ depois de as hipóteses de impacto terem continuado a aumentar, assim como os receios sobre as suas consequências potencialmente catastróficas, pode ser obrigada a fazer o mesmo em relação a uma série de asteroides perigosos que Vénus esconde – destes, há três que podem atingir o planeta com uma força devastadora, potencialmente sem aviso, indicou a plataforma ‘UNILAD Tech’.
“Vinte asteroides coorbitais [rochas espaciais na órbita de dois corpos celestes] de Vénus são atualmente conhecidos”, alertaram os autores no estudo intitulado ‘A ameaça invisível’. “O estado coorbital protege estes asteroides de aproximações próximas de Vénus, mas não os protege de encontrar a Terra.”
Liderada por Valerio Carruba, da Universidade Estadual Paulista, no Brasil, a equipa internacional identificou três asteroides específicos — ‘2020 SB’, ‘524522’ e ‘2020 CL1’ — que representam a maior ameaça.
Os asteroides têm, de acordo com o estudo, órbitas que os aproximam perigosamente da Terra. Os especialistas identificaram uma Distância Mínima de Intersecção Orbital (MOID) muito pequena para cada asteroide, que é a menor distância entre a sua órbita e a órbita da Terra em torno do Sol.
Até mesmo um pequeno empurrão gravitacional de outro corpo poderia colocá-los em rota de colisão com o nosso planeta, explicou o estudo.
Utilizando simulações de computador que abrangem um período de 36.000 anos, a equipa descobriu que vários asteroides de baixo risco poderiam eventualmente representar uma ameaça para a Terra. Ainda mais preocupante é que estas rochas espaciais são quase impossíveis de detetar com dispositivos na Terra.
Apesar de os cientistas da NASA monitorizarem continuamente asteroides, as trajetórias atuais deste trio não podem ser localizadas com telescópios devido à sua trajetória suborbital com Vénus. Ou seja, estão muito bem escondidos, pelo que a equipa de especialistas recomendou o lançamento de uma sonda espacial a Vénus.
Este chamado “ponto cego cósmico” significa que observatórios como o Observatório Rubin, no Chile, podem ter apenas duas a quatro semanas de antecedência antes do impacto, o que não é muito tempo.
“Neste trabalho, investigámos o risco de colisão que uma população não detetada de asteroides coorbitais de Vénus a baixas excentricidades pode representar para a Terra”, escreveram os autores. “Os coorbitais de Vénus com baixa excentricidade representam um desafio único devido às dificuldades em detetar e seguir estes objetos a partir da Terra.”