Trabalho híbrido será uma inevitabilidade em breve?
Um estudo realizado em abril deste ano mostra que 99% dos líderes de recursos humanos esperam que os funcionários venham a trabalhar em algum formato de trabalho híbrido no futuro, segundo a ‘Fast Company’,
Um dos casos conhecidos é o da Dropbox, que anunciou uma alteração permanente no regime de trabalho durante a pandemia, permitindo que os funcionários trabalhassem em casa e realizassem reuniões de equipa no escritório.
A definição de “híbrido” varia entre organizações, com alguns funcionários a poderem estar no escritório alguns dias por semana ou em dias alternados ou a terem de se deslocar apenas ocasionalmente, reunindo-se num local centralizado uma vez por trimestre.
Contudo, o relatório refere que muitas empresas falham na implementação de uma forma de trabalho virtual.
Trabalho remoto versus escritório
O trabalho interno promove estrutura e transparência, o que pode aumentar a confiança entre a administração e os trabalhadores.
O desenvolvimento de uma cultura organizacional acontece naturalmente. Conversas casuais no escritório podem levar à partilha de conhecimento e à resolução de problemas no contexto laboral, o que é difícil de replicar num ambiente virtual, que muitas vezes depende de agendamento antecipado para reuniões online – não obstante ser viável com planeamento e comunicação suficientes.
Contudo, tendo por base métricas diferentes, o trabalho no escritório perde para o trabalho em casa. De acordo com a mesma investigação, os trabalhadores remotos relatam mais produtividade e gostam de trabalhar em casa por causa da flexibilidade, da capacidade de usar roupas casuais e do tempo de deslocação reduzido ou inexistente; além disso, o trabalho remoto também permite poupar dinheiro.
Nesse sentido, os formatos de trabalho híbrido propõem-se a combinar o melhor dos dois mundos.
Não é perfeito
O trabalho híbrido pode enfrentar muitos dos mesmos obstáculos que o trabalho presencial encontra; o planeamento e a comunicação débeis, reuniões ineficazes ou desnecessárias e confusão sobre as responsabilidades ocorrem tanto remotamente quanto presencialmente.
Um dos maiores problemas ao trabalhar em casa está relacionado com questões de tecnologia e segurança, sendo as redes domésticas um alvo mais fácil para ameaças cibernéticas, que são normalmente mais vulneráveis do que redes de escritórios.
Com o trabalho híbrido, os gestores não conseguem acompanhar o trabalho da mesma forma; assim, o desempenho deverá ser medido com base nos resultados com métricas de desempenho claras, em vez do foco tradicional no comportamento do funcionário.
Criar um ambiente de trabalho híbrido
Existem várias recomendações acerca da melhor forma de desenvolver um modelo híbrido.
Dias sem reuniões podem ajudar na produtividade e permitir que os funcionários tenham um espaço de tempo ininterrupto para se concentrarem em projetos complexos. Reunir-se com muita frequência ou com pouco propósito pode levar à fadiga e ao esgotamento.
Ouvir os funcionários é fundamental para garantir que o ambiente híbrido está a funcionar.
A procura contínua por feedback, através de conversas individuais, grupos ou inquéritos de recursos humanos também é importante, bem como reconhecer e recompensar os funcionários com elogios pessoais ou virtuais pelas suas realizações.
Incentivos de desempenho, como recompensas financeiras ou lembranças de agradecimento, incluindo entrega de comida, ajudam a desenvolver uma cultura de apoio que aumenta o compromisso do funcionário.
Além disso, tanto gerentes como funcionários devem ser transparentes na sua comunicação e compreensão dos planos de trabalho híbrido.
Devem estar definidas as tarefas que decorrem no escritório e as que decorrem remotamente e o acesso a comunicações confiáveis é essencial, especialmente no trabalho remoto; todos os funcionários deverão receber as mesmas informações ao mesmo tempo e em tempo útil.