Suspeito de matar ex-namorada em Oliveira do Bairro fica em prisão preventiva

O Tribunal de Instrução Criminal da Comarca de Aveiro decretou, esta segunda-feira ao final da tarde, a prisão preventiva de Jair Pereira, de 54 anos, pela presumível autoria do homicídio qualificado de Conceição Figueiredo, sua antiga companheira. O crime ocorreu há cerca de três semanas, em Oliveira do Bairro, e está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro.

A decisão judicial corresponde ao pedido previamente apresentado pelo Ministério Público (MP), que considerou estarem reunidos os pressupostos legais para a aplicação da medida de coação mais gravosa, reservada a casos em que exista forte indiciação da prática de crimes especialmente graves. O homicídio qualificado é punível, segundo a legislação portuguesa, com penas entre os 12 e os 25 anos de prisão.

Segundo adianta o Jornal de Notícias, Jair Pereira foi ouvido durante cerca de três horas pela juíza de instrução criminal, entre as 15h00 e as 18h00 desta segunda-feira. Durante o interrogatório, o arguido apresentou a sua versão dos acontecimentos que envolveram a morte de Conceição Figueiredo, com quem terá mantido uma relação amorosa durante o verão de 2024.

Apesar das suas declarações, os elementos recolhidos pelas autoridades nas últimas semanas reforçaram as suspeitas contra o detido. De acordo com fonte próxima da investigação, a PJ encontrou na viatura de Jair Pereira – uma pick-up de sua propriedade – vestígios de sangue que, após análise forense, revelaram corresponder ao ADN da vítima. Além disso, os inspetores apreenderam um par de óculos de sol que se presume pertencerem à mulher assassinada.

A descoberta destes elementos materiais terá sido decisiva para o Ministério Público fundamentar o pedido de prisão preventiva, sustentando a existência de indícios “fortes e consistentes” da responsabilidade criminal do arguido.

O corpo de Conceição Figueiredo ainda não foi entregue à família, uma vez que se encontram pendentes exames complementares no âmbito da autópsia médico-legal. A vítima, que tinha emigrado para França e lá residia com os filhos, deverá ser sepultada naquele país, mas antes será velada em Oliveira do Bairro, de onde era natural.

Só após a conclusão dos procedimentos forenses será autorizada a transladação do corpo para território francês, onde decorrerão as cerimónias fúnebres finais.