Sondagem dá vitória à AD com PS a apenas um ponto. Chega continua a crescer nas intenções de voto

Se as eleições legislativas fossem hoje, a Aliança Democrática (AD) ganharia, à frente do Partido Socialista (PS), ainda que por uma curta margem de 1,2 pontos percentuais. è o que revela o mais recente Barómetro DN/Aximage, realizado entre 23 e 28 de janeiro, que mostra a coligação liderada por Luís Montenegro regista 29,3% das intenções de voto, enquanto o PS obtém 28,1%, números que permanecem dentro da margem de erro de 3,5% e próximos dos resultados das eleições legislativas de 2024.

Entre os acontecimentos recentes que marcaram a política nacional, incluem-se a constituição do deputado do Chega, Miguel Arruda, como arguido por furto qualificado de malas, e notícias sobre o despedimento de funcionárias do Bloco de Esquerda após a maternidade. Estes episódios, no entanto, não tiveram impacto significativo no posicionamento das principais forças políticas. O Chega mantém-se como terceira força com 18,4% das intenções de voto, um crescimento marginal face aos 18,2% registados em novembro, superando a percentagem que garantiu os seus 50 deputados.

Pequenos partidos em dificuldade
A análise revela que os restantes partidos com representação parlamentar continuam a enfrentar desafios. A Iniciativa Liberal (IL) lidera este grupo com 5,6%, mas regista uma quebra face aos 6,8% de novembro. Ainda assim, mantém-se acima do resultado eleitoral de 2024, quando elegeu oito deputados. O estudo foi conduzido antes da Convenção Nacional do partido, onde Rui Rocha foi reeleito líder e anunciou Mariana Leitão como candidata presidencial apoiada pela IL.

O Livre estabiliza nos 4,1%, superando o Bloco de Esquerda, que recua de 4,0% para 3,8%. Em contraciclo, a CDU recupera de 2,6% para 3,5%, enquanto o PAN, embora continue abaixo dos demais partidos com representação parlamentar, sobe de 2,4% para 2,9%.

A Aximage alerta que as percentagens destes partidos devem ser lidas com cautela, dado o reduzido tamanho das amostras para cada um.

Análise por género, idade e estatuto socioeconómico
A distribuição das intenções de voto por género mantém a tendência anterior: os homens preferem a AD (30,5%) ao PS (27,1%), enquanto entre as mulheres o PS lidera (28,9% contra 28,3%). O Chega mantém maior força entre os homens (22,8%) do que entre as mulheres (14,4%).

No que toca às faixas etárias, a AD lidera entre os mais jovens (18-34 anos), com 26,7%, seguida de perto pelo Chega (25,9%), enquanto o PS se fixa nos 18,5% e a IL regista o seu melhor desempenho (11,5%). Já entre os eleitores mais velhos (65 anos ou mais), o PS assume a dianteira com 38,3%, quase dez pontos acima da AD.

Por estatuto socioeconómico, a AD lidera entre as classes mais altas (A/B) com 34,8%, enquanto o PS cai de 34,3% para 24,7%. Já entre os mais pobres (D), o PS domina com 30,1%, seguido da AD (25,7%) e do Chega (19,5%). A classe média apresenta maior equilíbrio: entre os rendimentos médios-altos (C1), o PS lidera com 32,3%, contra 26,4% da AD e 19,3% do Chega, enquanto nos médios-baixos (C2), a AD sobe para 29,3%, contra 24,8% do PS e 24,7% do Chega.

Geograficamente, a AD lidera na Área Metropolitana do Porto (33,9%) e no Centro (33,5%), enquanto o PS tem vantagem na Área Metropolitana de Lisboa (30,7%), no Norte (29,7%) e no Sul e Ilhas (27,0%), embora neste último caso apenas duas décimas acima da AD. O Chega regista melhor desempenho no Norte (20,7%) do que no Sul e Ilhas (20%).

Montenegro alarga vantagem sobre Pedro Nuno Santos
A confiança dos portugueses para o cargo de primeiro-ministro continua a favorecer Luís Montenegro, que reforça a vantagem sobre Pedro Nuno Santos. O líder da AD regista 40% das preferências, contra 27% do secretário-geral socialista. A percentagem de inquiridos que confia em ambos subiu ligeiramente, de 8% para 9%, enquanto 18% não escolhem nenhum.

Entre os eleitores do Chega, Bloco de Esquerda, CDU, Livre e PAN, o número de inquiridos que não confia nem em Montenegro nem em Santos é significativo, variando entre 25% e 35%. No entanto, o atual primeiro-ministro é a melhor opção não só para 80% dos eleitores da AD, mas também para 42% dos votantes do Chega, 62% da IL e até 16% dos que votaram PS. Por outro lado, Pedro Nuno Santos conta apenas com o apoio de 62% dos seus próprios eleitores.